Assédio: o que as agências estão fazendo?
Um ano após o lançamento da pesquisa do Grupo de Planejamento sobre o tema, mercado reforça medidas práticas
Um ano após o lançamento da pesquisa do Grupo de Planejamento sobre o tema, mercado reforça medidas práticas
19 de novembro de 2018 - 15h52
Bárbara Sacchitiello e Isabella Lessa
*Atualizada em 21/11/2018
Divulgados pela primeira vez em 15 de novembro do ano passado, os dados da pesquisa “Hostilidade, silêncio e omissão: o retrato do assédio no mercado de comunicação de São Paulo”, conduzida pelo Grupo de Planejamento, evidenciaram a gravidade da questão do assédio na indústria de comunicação. Dos 1.400 profissionais ouvidos, entre homens e mulheres que trabalham em agências, produtoras e veículos, todos afirmaram ter conhecimento de casos de assédio moral ou sexual em empresas de comunicação. Entre as mulheres, 90% afirmaram já terem sido vítimas. Alguns depoimentos concedidos pelos entrevistados foram utilizados em um vídeo de apresentação, usado pelo Grupo de Planejamento para apresentar os dados. Veja:
De lá para cá, diversas agências e até mesmo anunciantes já receberam Ana Cortat e Ken Fujioka, conselheiros do grupo de Planejamento, para que a pesquisa fosse apresentada aos funcionários. Nesta quinta-feira, 22, Unibes Cultural, em São Paulo, irá sediar a última apresentação da primeira etapa da pesquisa, que será gravada em vídeo para garantir o acesso posterior aos interessados.
Além de expor os dados do estudo, as agências também aprimoraram as ações existentes ou passaram a adotar políticas mais robustas para inibir comportamentos tóxicos e ter mais estrutura para lidar com casos de assédio.
Na última semana, Meio & Mensagem consultou algumas das principais agências do País para saber quais as políticas e ações relacionadas ao tema adotadas por cada uma delas. Veja as principais ações citadas pelas agências e grupos que responderam ao levantamento:
Artplan – em seu Código de Ética e Conduta, estabelece o assédio como prática inadmissível e o tema já foi objeto do Plano de Comunicação da Gerência de Compliance. Casos dessa natureza devem ser denunciados à Linha Ética operada pela KPMG;
Bullet – implantou um sistema de compliance em 2016, com a assessoria do escritório de advocacia Salusse & Marangoni. No mesmo ano foi criado e implantado um código de Conduta e, em parceria com o Instituto Arc, criou um Canal de Denúncia.
DPZ&T – possui canal de denúncia independente operado por uma empresa especializada; este ano, começou a distribuir a todos os funcionários uma cartilha explicativa com detalhes sobre o que é Assédio Moral e Sexual elaborada pelo Ministério Público Federal;
Fbiz – criou grupo de empoderamento feminino, realizou diagnóstico interno de clima organizacional e promoveu workshop de formação e treinamento do grupo de líderes da agência;
Grupo ABC – em dezembro, vai lançar atualização de seu Código de Conduta; possui um Canal de Conduta interno e o Fale com o Compliance, para parceiros e fornecedores, além de programa de treinamento para colaboradores novos e veteranos;
JWT – possui o canal confidencial “ Direito de Falar” (Right to Speak), para que os funcionários relatem situações sem medo de represálias através do Expolink, organização independente que gerencia este programa;
Leo Burnett Tailor Made – possui cartilha interna sobre assédio e outras distorções de conduta, entregue a todos os funcionários admitidos e promove palestras periódicas sobre o assunto;
Lew’Lara\TBWA – conta com dois canais de denúncias: um conectado diretamente ao RH e hotline do Grupo Omnicom de Nova York;
Ogilvy/David – As operações contam com manual de treinamento específico para todos os líderes, canal de denúncia do Grupo WPP, além de treinamento do RH da agência sobre como lidar com o tema;
REF+ – possui um time formado por mulheres para lidar com situações de assédio, além de um canal interno que conecta equipe a sócios da agência;
Talent Marcel – Utiliza o Manual de Conduta do Publicis Groupe – chamado Janus – que aborda, entre outras questões, o tema do assédio;
W+K – criou o canal Open Talks para conectar RH e funcionários. Acaba de lançar a plataforma global All Voices, voltada a denúncias anônimas de assédio moral, sexual e má conduta;
Wunderman – lançou, em setembro, o manual “Agência sem Assédio” com base em relatos e vivências da própria equipe. O material envolveu a participação de 300 colaboradores e está disponibilizado para download;
Y&R – possui cartilha sobre assédio moral e sexual elaborada pelo Ministério do Trabalho, enviada aos funcionários; disponibiliza canal de denúncia interno e na intranet, operado por fornecedor externo;
Z+ – Após apresentação da pesquisa do GP, criou um canal de denúncias na rede interna da agência e passou a distribuir o manual do Ministério do Trabalho, além de disponibilizar um Manual de Conduta.
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