Mad Men: quanto eles ganhariam hoje?
Infográfico de instituição de ensino norte-americana atualiza valores citados na série ? e gera polêmica
Infográfico de instituição de ensino norte-americana atualiza valores citados na série ? e gera polêmica
Meio & Mensagem
12 de julho de 2012 - 6h37
Você já deve ter visto infográficos como o que ilustra esta matéria. Eles seguem a mesma identidade visual e funcionam como um grande compêndio de dados sobre um mesmo assunto. Os levantamentos são feitos pela Carrington, instituição de ensino norte-americana com cursos de especialização nas áreas que envolvem os gráficos que produz.
Nesta semana, a escola superior lançou em seu site um infográfico com valores atualizados do mercado publicitário norte-americano, além de algumas comparações entre os modos e costumes da geração histórica da Madison Avenue com os de hoje. Pelas informações contidas no material (veja abaixo, em inglês), o protagonista Don Draper, diretor de criação e sócio minoritário da Sterling Cooper, receberia hoje US$ 80,6 mil dólares por ano (ou US$ 6,7 mil dólares mensais).
Já Pete Campbell, o engomadinho executivo de atendimento da série, ganharia US$ 3,8 mil mensais. A simpática redatora Peggy Olsen, cuja carreira no seriado deslancha na mesma medida em que ela sofre com os dilemas da inserção feminina no mercado de trabalho, seria remunerada, hoje, com US$ 2,9 mil por mês. Os dados usados para os cálculos atuais são de 2010.
O salário de Peggy despertou críticas ao infográfico: a Carrington considerou a personagem como secretária – embora ela deixe de ocupar tal cargo logo na primeira temporada (a imagem publicada nesta matéria já contém a versão corrigida, com Joan Holloway, chefe das secretárias, no lugar de Peggy Olsen). Em artigo, o Advertising Age afirmou que “os caras precisam correr de volta às pranchetas e aprender uma ou duas coisas sobre como a Madison Avenue funciona, de verdade, hoje”.
Salário e comportamento
O Ad Age usa dados próprios para desconstruir o infográfico. Segundo uma pesquisa feita com a companhia de recrutamento 24 Seven, o salário é o fator que mais influencia a satisfação dos profissionais do mercado. E, segue a publicação, os salários iniciais para redatores, executivos de contas e planejadores variam entre US$ 35 mil e US$ 55 mil por ano – o que não justificaria os valores usados pela Carrington ao atualizar os pagamentos de Peggy Olsen, Pete Campbell e, mais ainda, Don Draper.
Como bem aponta o jornal, o talento custa caríssimo e o sedutor e genioso personagem interpretado por Jon Hamm poderia ganhar, hoje, até dez vezes mais do que o valor considerado. “Não faz muito tempo que o Ad Age publicou a informação de que CCOs de agências norte-americanas, em média, cobravam de seus clientes gritantes US$ 964 por hora de trabalho”, afirma o autor do artigo.
Por fim, o Ad Age faz uma crítica feroz à informação de que, diferentemente do que acontecia 50 anos atrás, hoje o consumo de cigarro e bebidas alcoólicas dentro de agências publicitárias não seria uma prática aceita.
De fato, é bastante comum, no Brasil ou fora do País, o consumo de bebidas, sobretudo, em agências de propaganda. Por aqui, agências como a Fischer&Friends e JWT, detentoras de marcas de cerveja em suas carteiras, costumam ter bares, geladeiras e, regularmente, happy hours patrocinados para suas equipes.
Compartilhe
Veja também
Americanas abre concorrência para escolher agência de publicidade
Rede de varejo trabalha com a WMcCann desde 2018 e abriu processo para rever empresa responsável pelas campanhas e ações de comunicação
KFC presenteia clientes com ossinhos de frango premiados
A ação criada pela DM9 faz referência aos palitos de sorvete premiados, que marcaram os verões brasileiros