Ciclope: encontro íntimo da turma das produtoras

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Comunicação

Ciclope: encontro íntimo da turma das produtoras

Evento que acontece em Berlim reúne apresentações sobre novas tecnologias, produção de áudio, design e rodas de negociações entre produtores, executivos e criativos de todo o mundo


9 de novembro de 2015 - 5h32

Por Marcello Lima

Craft por definição é um trabalho feito por mãos habilidosas. Em nosso meio publicitário usamos essa palavra quando nos referimos ao aspecto artístico e técnico de nossos produtos audiovisuais. Ciclope é aquele monstro mitológico que só tem um olho. Aqui em Berlim está acontecendo o Ciclope Festival, focado na arte, nas trilhas, nas tecnologias, nos processos criativos e nas idéias. Um festival inteiramente dedicado ao craft.

O que no final das contas atrai um público diferente. Se passarmos os olhos pelos crachás, dificilmente encontraremos as grandes agências e pesos-pesados do business. A grande maioria são produtores europeus. As estrelas deste festival são grandes diretores como Tony Kaye, Dougal Wilson e os brasileiros vencedores do Grand Prix de Cannes Jones e Tino.

É difícil até fazer essa comparação com grandes festivais como Cannes. O Ciclope é um festival ainda pequeno. Estimo que deva ter entre 300 e 500 pessoas no total. Um encontro íntimo da turma das produtoras. São apenas dois dias de palestras, com novas tecnologias, painéis que cobrem produção de áudio, design e rodas de negociações e apresentações onde você pode ter seus 15 minutos num 1-a-1 com outros produtores, executivos e criativos de outras partes do mundo. 

No primeiro dia o que pude destacar foi a excelente apresentação da turma da produtora de áudio MassiveMusic da Holanda. Mostrando o processo criativo por trás do mega sucesso “Fifaro”, comercial da Widen+Kennedy de Londres para EA Sports,que finalizou com o tenor da trilha sonora cantando no palco a ópera título do filme. 

A tarde teve uma apresentação muito interessante do grupo United Visual Artists – estúdio londrino que trabalha com instalações artísticas em iluminação, montagens de palcos em colaboração com marcas e artistas. 

O CCO da Deutsch Inc. Pete Favat veio em seguida com seu talk de 30 minutos, certeiro ao apontar a importância de um antagonista para uma marca. Mostrando comerciais de sucesso que obedeciam a lógica da narrativa em que onde temos um inimigo um posicionamento com o qual nos rebelamos.

E, por fim, não poderia deixar de falar do maluco beleza Tonye Kaye. Diretor revolucionário para a publicidade. Um excentrico que mais parecia um velho louco pintando quadros espalhados pelo chão. Numa entrevista meio sem pé nem cabeça, onde o entrevistador ficava circulando em sua volta com uma câmera produzindo imagens bizarras no telão, enquanto fazia perguntas sobre sua relação com os atores num papo egotríptico que poderia ser resumido pela canção que cantou para a platéia – Hell Of Compromise: “I am a con man faking this reality. Inventing a charechter that makes no logical sense to me. / In the Hell of Compromisse”. 

Até onde vi é um time-off bem produtivo, com uma turma obcecada pelo craft. Por fazer filmes mais inspirados e interessantes. E esse foi o primeiro dia, volks!

 

Marcello Lima é sócio e diretor de cena da Honey Bunny 

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