Crise fez Kiko Milano esperar dois anos para vir ao Brasil
Grife italiana de maquiagens quer construir público fiel em São Paulo para, posteriormente, levar operação a outras regiões do País
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Bárbara Sacchitiello
22 de fevereiro de 2017 - 13h30
A inauguração da primeira loja da grife italiana de maquiagem Kiko Milano no Brasil, que aconteceu no último dia 17, no Shopping Pátio Paulista, em São Paulo, estava previamente marcada para dois anos atrás. Ainda antes de 2015, a marca já havia detectado o Brasil como um mercado fértil para semear seus negócios e planejou, com todos os detalhes, a vinda ao País.
Os primeiros ventos da crise financeira, que já mostravam sua força no Brasil naquele período, fizeram com que a marca adiasse seus planos. “Já havíamos, anteriormente, tentado entrar duas vezes no Brasil. No passado, no entanto, a marca ainda não tinha a estratégia necessária para moldar o negócio por aqui. Quando finalmente planejamos e estruturamos tudo, a crise nos fez parar”, relembra Isabel de Almeida, country manager da Kiko Milano.
O susto, no entanto, não fez com que a grife italiana – fundada em 1997 por Stefano Percassi – desistisse de aportar em terras brasileiras. “Avaliamos bem a oportunidade e constatamos que essa crise financeira poderia ser transformada em uma oportunidade. O Brasil já atravessou outras crises, assim como outros mercados, mas tem um potencial enorme para o segmento de beleza. Então, conversamos internamente e decidimos avançar”, conta a porta-voz, revelando que foram investidos € 5 milhões para trazer a companhia ao País.
Com duas lojas já funcionando na cidade de São Paulo (além do Shopping Pátio Paulista, a Kiko Milano também já abriu uma operação no Shopping Pátio Higienópolis) a marca adotou uma estratégia calculada e cautelosa para avançar no País. Em vez de inaugurar operações em diferentes localidades, a Kiko Milani irá tratar cada Estado brasileiro como se fosse um País independente, estabelecendo bases concretas e criando um público fiel em cada território.
“Por questões logísticas e estruturais, cada abertura de operação demanda um trabalho muito grande. Por isso, preferimos nos estruturar do ponto de vista financeiro e de distribuição primeiramente em São Paulo para, posteriormente, pensar em levar a marca a outras localidades do País. Queremos sim expandir, mas de forma bem organizada e estruturada”, defende Isabel. A porta-voz descarta ter mais do que sete lojas na capital paulista até o final deste ano.
Preços e adaptações
Famosa no mundo por oferecer linhas de maquiagens e cuidados para a pele a preços acessíveis, a marca também espera ter esse reconhecimento entre o público brasileiro. De acordo com Isabel, as particularidade e diversidade dos gostos e estilo das mulheres brasileiras foram considerados na elaboração da lista de produtos, tons e cores que chegariam ao País. “Teremos uma linha de entrada de produtos a preços bem acessíveis, para que as pessoas possam experimentar a marca. Também pretendemos desenvolver novas linhas e cores especialmente para o País. Continuaremos, claro, sendo uma marca global mas também queremos construir uma forte identidade nacional”, conta a country manager. Na loja, os produtos de maquiagem da marca são vendidos a partir de R$ 15 e podem chegar até a R$ 200.
Marketing na loja
Questionada sobre as estratégias de marketing que a Kiko Milano usará para se apresentar ao mercado brasileiro, Isabel conta que o ponto de venda será o principal meio para se aproximar dos consumidores. “Investimos muito no design e estilo de nossas lojas. São sempre pontos de venda muito bonitos, que traduzem o conceito da marca e que já criam um diferencial. Além disso, também investiremos bastante em ações na mídia digital no Brasil, sobretudo com blogueiras de beleza e moda”, conta.
Por enquanto, as vendas da Kiko Milano no País acontecem somente nas duas lojas físicas da marca. A necessidade de atender a uma fatia maior de público, no entanto, faz com que a marca já planeje a abertura de uma operação de e-commerce no Brasil. “Já estamos estruturando a plataforma e, até o final do ano, queremos ter nossa estrutura de comércio eletrônico montada”, finaliza a porta-voz.
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