Grupo L’Occitane finca raízes no Brasil
Companhia oficializou o início das obras de sua nova fábrica, a primeira fora da França, na cidade paulista de Itupeva
Companhia oficializou o início das obras de sua nova fábrica, a primeira fora da França, na cidade paulista de Itupeva
Roseani Rocha
12 de setembro de 2017 - 17h57
O Groupe L’Occitane realizou na manhã desta terça-feira, 12, na cidade de Itupeva, no interior paulista, a cerimônia da pedra fundamental da fábrica que fará no Brasil, a primeira fora da França e dedicada exclusivamente à marca L’Occitane au Brésil. O local, com 21 mil metros quadrados, foi escolhido pela proximidade com o centro de distribuição que o grupo já possui, na cidade de Jundiaí – e atende às marcas L’Occitane en Provence (importada) e L’Occitane au Brésil.
Reinold Geiger, chairman da companhia, compareceu ao evento, assim como João Carlos Basílio, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), além do prefeito da cidade, Marcão Marchi, entre outras autoridades, e alguns dos franqueados da marca L’Occitane au Brésil.
Geiger lembrou que o crescimento do grupo foi e tem sido uma grande aventura, desde que era somente uma pequena empresa no sul da França, fundada por Olivier Baussan, até se tornar uma companhia global, com presença em 90 países. Ele também disse estar convencido do sucesso que a operação no Brasil terá com uma fábrica local, ainda que se saiba o quão burocrático é o País. “Mas acreditamos que teremos um dia um governo com coragem para fazer as mudanças necessárias ao desenvolvimento da nação”, acrescentou.
Já Eric Maure, que recentemente assumiu o cargo de diretor geral para o grupo no Brasil, em substituição a Nicolas Geiger (filho de Reinold e que agora está cuidando da operação asiática da companhia, com sede no Japão), destacou o crescimento “espantoso” da marca L’Occitane au Brésil, com apenas quatro anos de operação. Com uma comunicação discreta – usa muito digital e a TV com moderação –, a marca cresce principalmente pelo modelo de franquia, enquanto no caso da marca mãe, L’Occitane en Provence, a maior parte das lojas é própria.
A L’Occitane au Brésil possui 70 lojas próprias e 106 franquias, ao passo que a rede “en Provence” tem 87 lojas próprias e 18 franquias. Neste último caso, três lojas são consideradas flagships da marca: Morumbi Shopping, Shopping Iguatemi São Paulo e Shopping Pátio Higienópolis, todas na capital paulista. Outras 30 unidades da L’Occitane au Brésil devem ser inauguradas até o fim do ano fiscal da empresa em curso (que vai até março de 2018).
O investimento médio de uma franquia de L’Occitane au Brésil é R$ 120 mil para quiosques, ou os chamados minimercados da marca, cujo projeto original foi desenhado pelo decorador Marcelo Rosenbaum, e de R$ 280 mil para loja, ambos incluindo o primeiro estoque e apoio da empresa para escolha do ponto, treinamento de equipe e desenvolvimento de promoções e parcerias.
Quando estiver em operação, o que está previsto para 2019, a nova fábrica passará a responder por 60% da produção local, principalmente de cremes de mãos, sabonetes líquidos, xampus, condicionadores e óleos, enquanto categorias como perfumes continuarão a ser produzidos com parceiros locais.
Juntamente com Japão e China, o Brasil foi um dos três mercados onde a empresa teve melhor desempenho – alta de 18,4% nas vendas de produtos das marcas L’Occitane en Provence e L’Occitane au Brésil, em moeda local, no último ano fiscal (abril de 2016 a março de 2017). O País responde por 4% do faturamento total do grupo, ocupando a sétima posição, atrás de Japão, Estados Unidos, China, Hong Kong, França e Reino Unido, respectivamente.
A receita global do Groupe L’Occitane, que também possui as marcas Erborian e Melvita, fora do Brasil, cresceu 3,2% no último ano fiscal, encerrado em março de 2017, atingindo € 1,3 bilhão, ou R$ 4,8 bilhões.
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