Tecnologia tem salários acima da média do Brasil
Desenvolvedores são os melhores remunerados e profissionais de marketing digital são os que ganham menos
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Sergio Damasceno Silva
15 de maio de 2018 - 7h00
Os profissionais de tecnologia têm salários acima da média. Essa é a principal conclusão da pesquisa da Revelo, plataforma na qual as empresas buscam os profissionais. A empresa usa inteligência artificial, machine learning e testes adaptativos de habilidades para selecionar os candidatos com as competências buscadas pelas empresas. Há mais de dez mil ofertas feitas na plataforma por mais de 1,7 mil empresas como Cielo, Itaú Unibanco, Monsanto, UOL, Kroton e 99 Táxis, com cerca de 200 mil candidatos. O levantamento, de porte e formato inéditos, reuniu nove mil ofertas de emprego e cem mil candidatos. É um estudo único porque traz informações salariais reais, baseadas em ofertas feitas por empresas, de forma detalhada, e não apenas sondagens e estimativas.
Segundo a pesquisa, a função mais bem remunerada em tecnologia é a dos desenvolvedores, que lideram o ranking com salários de R$ 6,4 mil, em média. Os analistas de marketing digital ganham R$ 4.588, em média. As diferenças salariais também aparecem conforme a cidade na qual o profissional trabalha. Para desenvolvedores, São Paulo é a cidade que mais valoriza o profissional. A média na capital paulista é de R$ 6.721,69, enquanto a última capital do ranking, Belo Horizonte, paga R$ 5.528,42. Ainda, há outros fatores que influenciam a definição dos salários para profissionais de tecnologia. Habilidades específicas, tempo de empresa, nível de formação e tipos de linguagem de programação fazem parte da lista de características responsáveis pela composição da média das remunerações no setor.
Outra comparação fica por conta da média dos assalariados no Brasil. Na última pesquisa do gênero, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada em 2017, a remuneração média era de R$ 2.480,36. Se se considerasse apenas profissionais com nível superior de todas as áreas, o valor saltava para R$ 5.349,89. Ou seja, com base em profissionais com ensino superior, a média salarial de desenvolvedores e afins está muito mais próxima da média geral. Para chegar a esses resultados, a Revelo coletou, ao longo do ano passado, todas as ofertas de emprego para os profissionais da plataforma e analisou as informações para entender melhor cada um dos dados apurados. Foram verificados funções e carreiras; cidades; senioridade; tipos de empresa; níveis de formação; linguagens de programação; habilidades de valorização; e diferenças entre pretensões e ofertas.
Os salários médios de cada carreira (veja quadro abaixo) variam conforme a ocupação. Assim, o desenvolvedor é o mais remunerado e o profissional de marketing online é o que tem a menor remuneração.
Na comparação com a média salarial de profissionais com ensino superior no Brasil, a única função cuja remuneração fica abaixo dessa faixa é a de marketing online (R$ 4.588). Em todo o País, profissionais assalariados com graduação recebem, em média, R$ 5.349,89, ou seja, cerca de 15% a mais do que os profissionais de marketing online. A média das quatro carreiras mais mencionadas nas ofertas salariais em tecnologia, citadas no quadro acima, é de R$ 5.686,75. Ao se comparar com profissionais de nível superior de todas as áreas no País, os talentos da tecnologia levam a melhor por 9,5%. Considerando apenas as quatro carreiras, a maior diferença salarial ocorre entre o desenvolvedor e o profissional de marketing online: 29%. Segundo a Revelo, os níveis salariais mencionados se referem a um ano em que o Brasil estava (e ainda está) saindo de uma crise grave e recuperando-se timidamente na criação de empregos. Os indicadores também são melhores agora. Conforme o Banco Central, o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer 2,7% este ano e 3% em 2019.
“Em geral, vemos que a massa salarial do marketing digital é mais elevada em startups e empresas de produto — o mercado de agências continua pagando abaixo da média. Dentro desses segmentos, para a mesma senioridade, quanto mais técnico o trabalho, mais alta tende a ser a faixa salarial (veja abaixo os reflexos da senioridade)”, afirma o cofundador da Revelo, Lucas Mendes. “A demanda por mão de obra em tecnologia tem sido maior do que a oferta há alguns anos e, com o crescimento do mercado, vemos a tendência de isso continuar. Logicamente, quanto maior a discrepância entre oferta e demanda, maior tende a ser o crescimento dos salários”, diz Mendes.
Considerada a senioridade, os salários para desenvolvedores têm uma das progressões mais altas registradas entre as quatro carreiras:
Em seis anos, o aumento para o desenvolvedor é de 64%. O profissional de design UX/UI, tem uma evolução de 70,7% aos seis anos de casa. Par ao caro de business intelligence, a escalada, no período, pode significar 54% de aumento. O setor de tecnologia, além de ter crescimento projetado para 2018, indica que o comprometimento do candidato com a função e com a empresa em longo prazo é um fator determinante para o aumento de salário e consolida a relação entre empresa e profissional. Essa perspectiva fica ainda mais evidente para desenvolvedores e profissionais de design UX/UI, que experimentam, respectivamente, uma valorização de 64% e de 70,7%. Para Mendes, da Revelo, à medida que mídia programática e canais RTB forem ganhando mais penetração, vai tender a aumentar a demanda por profissionais de marketing digital. “Também vemos uma fronteira menos clara entre profissionais de marketing e cientistas de dados — acreditamos que habilidades de engenharia e tratamento de dados (além, é claro, da análise) vão se tornar cada vez mais importantes para profissionais de marketing online”, prevê o profissional.
A variação entre os salários dos profissionais de tecnologia também ocorre conforme a cidade:
A Revelo apurou, ainda, a média salarial para 12 focos de carreiras em tecnologia a fim de descobrir qual é a que está em melhor momento:
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