Marcas de vestuário usam social learning para gerar negócios
Em cenário de alta inflacionária no setor de vestuário, estratégias de marketing voltadas à centralidade do cliente e análise de dados sobressaem nas campanhas outono-inverno
Marcas de vestuário usam social learning para gerar negócios
BuscarMarcas de vestuário usam social learning para gerar negócios
BuscarEm cenário de alta inflacionária no setor de vestuário, estratégias de marketing voltadas à centralidade do cliente e análise de dados sobressaem nas campanhas outono-inverno
Sarah Lídice
13 de abril de 2022 - 6h01
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março teve alta de 1,62%, maior taxa em 28 anos, com aceleração também nos grupos do grupo do vestuário (1,82%). Pela lógica de maior inflação, menor poder de compra, o mercado é obrigado a buscar alternativas. Para as varejistas de moda, mecanismos digitais como social learning e análise de consumo das redes têm sido a saída para definição de estratégias de marketing mais direcionadas.
As sazonalidades funcionam para o varejo da moda como marcadores de mudanças. A varejista C&A, para esta temporada, lançará coleções quinzenais relacionadas às história das pessoas, em continuidade à campanha “Vestiu, Partiu”.
Encurtar tempos e diminuir a quantidade das coleções, focando menos no cenário amplo e individualizando é uma estratégia adotada pela multinacional há três anos, desenvolvida pela marca Mindset — laboratório de inovação dentro da empresa.
Isso acontece a partir de algoritmos analíticos e do cruzamento de dados, com o monitoramento de redes e dos dados de plataformas de busca externas e internas dentro do site, app e redes sociais. “Monitoramos, a partir de quais curvas os consumidores geram, uma categoria de mudança para colocarmos em cena”, explica Mariana Moraes, diretora de Marketing da C&A.
O processo de olhar tendência e extrair através de social listening o que o consumidor almeja é estratégia também importante para a vertical de moda da Magalu. A Zattini, que antes pertencia ao Grupo Netshoes, foi incorporada ao ecossistema da Magalu em 2019. Em 2022, a vertical deu sequência ao “MODA Encontro”, campanha da coleção outono-inverno.
“A Lu já é uma plataforma muito forte. Nos últimos anos surgiram novas ferramentas de extração de dados e as próprias plataformas como Google e Facebook têm muitos dados para compartilhar. Com a pandemia, essas ferramentas aumentaram a relevância”, diz a diretora da vertical, que investe muito mais inteligência de dados e social listening, seguindo a estratégia de digitalização da empresa.
A Riachuelo também tem estratégia semelhante. O foco da empresa é na jornada do consumidor, entendendo quais são seus desejos específicos e monitorando seu comportamento. “Hoje em dia temos à disposição uma escuta praticamente real time e, quanto mais rápido a voz do cliente chegar na operação, mais aderentes e atrativos pareceremos para a consumidora”, diz Elio Silva, Diretor executivo de Canais e Marketing da Riachuelo.
A empresa utiliza o recurso de uma comunidade formada por “consumidores colaboradores” selecionados, que se reúnem em plataforma digital para realizar atividades e discutir temas relacionados aos produtos.
Collabs e vendas online ainda se mantêm como estratégias
O foco da estratégia de imagem da vertical de Moda da Magalu é a colaboração de Gabi Amarantos junto a Lu, no Instagram e nas redes sociais internas. “Uma pessoa que comunga com os valores da marca, mulher preta, nortista e representa moda diversa”, diz Ana, sobre a cantora.
A Riachuelo também desenvolveu uma campanha com as cantoras e ex-participantes do The Voice Brasil, Ellen Oléria e Fernanda de Lima, que interpretam uma versão brasileira e autoral da Riachuelo do hit mundial “You Make Me Feel”, de Sylvester. A empresa também aposta em ativações on e offline, explorando plataformas digitais e canais como Youtube, Instagram, Twitter, Facebook, WhatsApp, TikTok, além de TV aberta e fechada.
Com as mais de 280 lojas fechadas em 2020 por conta da pandemia, a C&A desenvolveu um projeto piloto de vendas por Whatsapp que acabou sendo lucrativo e uma alternativa de vendas, além da criação da Minha C&A, sistema com 13 mil revendedoras digitais. O prejuízo de R$ 28,2 milhões de 2020 da C&A foi revertido com o lucro líquido de R$ 243,9 milhões no terceiro trimestre de 2021.
“Os dois últimos anos foram muito desafiadores, mas tivemos uma velocidade de resposta e reação acima da média”, diz Mariana Moraes, em relação ao período de pandemia. “Foi bastante desafiador e não dá para dizer que acabou ainda. Podemos colocar a cabeça para fora da água e entender o que está acontecendo”, declarou.
Compartilhe
Veja também
Banco do Brasil recria faces de personalidades negras
Instituição financeira utilizou IA para recriar as faces de Maria Felipa, Tereza de Benguela e Luiza Mahin que eram retratadas sem rosto
São Silvestre atrai marcas para 2024 e já prepara a 100ª edição
Tradicional corrida de rua bate recorde de participação de marcas neste ano e já prepara as celebrações dos 100 anos, que serão celebrados em 2025