Fim das sacolinhas agita supermercados
A partir de quarta-feira, 25, empresas que aderiram ao acordo entre Apas e Governo de São Paulo não distribuirão mais as sacolas de plástico
A partir de quarta-feira, 25, empresas que aderiram ao acordo entre Apas e Governo de São Paulo não distribuirão mais as sacolas de plástico
Fernando Murad
25 de janeiro de 2012 - 3h56
O aniversário de 458 da cidade de São Paulo, na quarta-feira, 25, marca também o início de um novo hábito para os consumidores de supermercados. A partir da data entra em vigor o acordo Vamos Tirar o Planeta do Sufoco, celebrado entre a Associação Paulista de Supermercados (Apas) e o Governo do Estado de São Paulo em maio de 2011 com o objetivo de encerrar a distribuição de sacolas plásticas gratuitamente nas lojas. A ação visa estimular a população a encontrar formas alternativas de transportar suas compras e contribuir para a preservação do meio ambiente.
Paineis artísticos no formato de sacolas gigantes produzidos com materiais reciclados foram colocados em pontos movimentados da capital paulista nas últimas semanas para chamar a atenção da população para a importância do uso de sacolas reutilizáveis. A ação foi feita pela Apas, pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e pela Prefeitura de São Paulo, com obras assinadas pela Attack Intervenções Urbanas, do artista Eduardo Srur.
Apesar de ações como esta, o consumidor em geral ainda está tomando conhecimento da medida e como ela irá afetar o seu bolso. Por isso, as redes de supermercados estão desenvolvendo iniciativas para engajar o público. "O consumidor só entenderá o benefício ambiental dessa medida se não for onerado e responsabilizado a arcar sozinho com a mudança de hábitos necessária daqui pra frente. Dessa forma, as redes de supermercados devem oferecer alternativas gratuitas", opina a pesquisadora do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) Adriana Charoux.
Plastivida Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos, entidade que representa a institucionalmente a cadeia produtiva do setor e que se posicionou contra a medida, lançou uma campanha para chamar a atenção da população. Veja o filme aqui. As peças destacam que o uso das sacolas plásticas não foi proibido, que os consumidores têm o direito de recebê-las e que o centro da questão não é a sacola plástica, mas sim seu desperdício.
Polêmicas à parte, os varejistas estão levando o tema para dentro de suas lojas. O Carrefour, por exemplo, está promovendo um programa de informação e conscientização para seus colaboradores das unidades de São Paulo. A iniciativa fala sobre os danos causados pelas sacolas, as soluções alternativas de transporte de compras e como manejar o lixo doméstico. A rede também lançou no início de janeiro uma campanha que inclui sinalização no ponto de venda e folhetos explicativos.
A rede de origem francesa já eliminou as sacolas plásticas de suas lojas da França, Itália, Espanha, China e Polônia, e iniciou o movimento no Brasil em 2010 na loja de Piracicaba – ação estendida posteriormente para Belo Horizonte e Jundiaí e que já abrange 23 unidades. Nessas lojas, assim como nos 73 pontos de venda de São Paulo, são disponibilizadas sacolas reutilizáveis vendidas por R$ 2,90, além de caixas de papelão gratuitamente e as próprias sacolas plásticas vendidas por R$ 0,19. Apenas em Piracicaba foram comercializadas187 mil sacolas reutilizáveis.
Já o Grupo Pão de Açúcar, que inclui as redes Pão de Açúcar e Extra, dentre outras, registrou recorde de venda de sacolas reutilizáveis em 2011. Foram 2,6 milhões de unidades entre janeiro e novembro. Em 2010, esse número foi de 2,2 milhões. Baseada no tripé reduzir, reusar e reciclar, a varejista procura oferecer aos clientes soluções como embalagens retornáveis e estações de arrecadação de resíduos.
A bandeira Pão de Açúcar tem 13 opções de sacolas reutilizáveis: quatro opções de sacolas retornáveis em ráfia (R$ 2,99), uma em lona (R$ 13,90), quatro modelos feitos de PET reciclado (R$ 5,99), um modelo feito de TNT (R$ 1,99) e três modelos em PET reciclado em parceria com a SOS Mata Atlântica (R$ 6,99), sendo que parte da renda dessas sacolas é revertida para projetos da fundação.
A rede Extra, por sua vez, oferece cinco modelos, sendo dois deles confeccionados em material 100% PET e com parte da renda revertida a Casa Hope, dois em ráfia sintética e uma sacola de algodão. Desde o lançamento da ação, em 2009, mais de 2,3 milhões de unidades foram comercializadas, sendo mais de 1,3 milhões apenas em 2011. O modelo mais barato custa R$ 2,89.
Outra grande rede que aderiu à iniciativa foi o Walmart, que colocou no ar um site especial para informar o consumidor sobre suas iniciativas em relação ao uso de sacolas, campanhas, notícias e jogos. A companhia definiu como meta reduzir o uso de sacolas plásticas em pelo menos 50% até 2013 em todas as suas lojas no Brasil. Desde 2008, quando iniciou o trabalho de conscientização do uso de sacolas plásticas, a varejista já comercializou mais de três milhões de sacolas reutilizáveis.
A empresa também lançou, em 2010, o programa “Cliente consciente merece desconto” que, segundo dados do Walmart, concedeu mais de R$ 2,02 milhões em descontos, evitando o uso de 67 milhões de sacolas plásticas. Além disso, o Walmart disponibiliza caixas preferenciais em seus hipermercados para quem não usa sacola plástica.
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