Nove lições que os millennials nos ensinam
Nigel Miller, da Edelman, apresenta visão de nativos digitais sobre relações de trabalho e como suas ideias podem ajudar a melhorar o desempenho nas empresas
Nigel Miller, da Edelman, apresenta visão de nativos digitais sobre relações de trabalho e como suas ideias podem ajudar a melhorar o desempenho nas empresas
Meio & Mensagem
11 de agosto de 2014 - 9h54
Do ProXXIma (*)
Basta acessar a internet para encontrar milhões de teorias sobre como engajar millennials no trabalho. O que é justificável visto que aqueles que nasceram entre 1980 e 1999 são os líderes de amanhã, se é que já não são. No entanto, a maioria dos pesquisadores sugere que funcionários efetivos representam o maior desafio de engajamento. Então, por que não pedimos para os millennials nos ajudarem a engajar ao invés disso?
Existem diversos estereótipos para esse grupo de jovens, desde preguiçosos e distraídos a desleais. Especialistas justificam essas atitudes apontando como causas o excesso de indulgência dos pais, avanços tecnológicos ou, mais recentemente, o golpe maciço para confiar em corporações. Entretanto, estando nas extremidades da geração “Boomer” (nascidos após a Segunda Guerra Mundial) e a X, minhas experiências têm sido muito diferentes.
Primeiramente, a maioria das coisas que os millennials desejam, e até esperam, de um emprego não é exclusivo à sua geração. “Boomers e os da geração X querem mais liderança, mais envolvimento e, acima de tudo, mais equilíbrio também”, afirma Robert Barnard, co-fundador da Youthful Cities. “Millennials apenas conseguem expressar isso mais alto!”.
Os millennials precisam ser ouvidos, não apenas pelo volume das vozes, mas porque faz sentido. Baseado em muitas discussões aqui na Edelman e em outras organizações, listamos abaixo algumas dicas que os millennials podem sugerir sobre engajamento caso tenham uma oportunidade:
1. Reconhecimento frequente e instantâneo
Jovens funcionários não estão longe de seus anos escolares em que recebiam feedback consistente, mensurável e comparativo quase semanalmente desde os seis anos de idade. Também condicionados por jogos, millennials estão acostumados a recompensas instantâneas, apesar de virtuais, ao atingir novos níveis de competência. Aplicado ao ambiente de trabalho, nós todos poderíamos nos beneficiar de feedbacks imediatos e específicos invés de esperar por avaliações anuais ou semi-anuais.
2. Utilização mais produtiva de tempo
Eu sempre notei como os millennials estão dispostos a se dedicar em suas horas. Mas não estão interessados em apenas parecer ocupados. Eles demandam reuniões e conference calls mais curtos e em menor quantidade, mas com agendas focadas e lista de tarefas. E quando nosso trabalho está feito, eles nos encorajam a sair e desfrutar o resto de suas vidas, sempre permanecendo conectados, se necessário. A melhor utilização do nosso tempo pode nos tornar mais produtivos, e francamente mais interessantes, quando estamos no trabalho. Não deveria ser esta a meta para todos nós?
3. Gerenciamento de performance a curto prazo
Dentre os estereótipos reforçados diariamente eu percebo que os millennials não têm muita paciência para promessas longo prazo. Baseado em como seus pais frequentemente trabalham duro por muitos anos em uma única empresa apenas para serem mandados embora devido à crise financeira ou ao recesso mais recente, podemos culpá-los? Programas de incentivo a longo prazo e trajetórias de 10 anos de carreira não geram muito interesse. O que eles tendem a abraçar são objetivos claros e mensuráveis que são regularmente tarefas desafiadoras e revistas a curto prazo, em casa ou fora. Com uma rápida mudança requisitando empresas a se tornarem ágeis, a habilidade dos funcionários em serem rápidos será uma grande vantagem.
4. Mais colaboração
Millennials tendem a se sentir muito confortáveis trabalhando em equipes. Eles querem se involver e compartilhar suas experiências o máximo que puderem. Para empresas que valorizam trabalho em equipe e buscam em instigar o espírito de defesa para suas marcas, os millennials podem nos mostrar como fazer isso.
5. Um acordo de trabalho mais explícito
Total transparência entre o empregador e o empregado tem sempre direcionado engajamento. Se os millennials forem mais longe e pedirem por um acordo mais explícito, isso é algo positivo, de acordo com Andy Brown, CEO da Engage. “Cada vez mais, organizações estão estabelecendo um conjunto de ‘termos’ que delineia o que o empregador espera de seus empregados em termos de comportamento, esforço e dedicação; e também o que os empregados podem esperar em retorno em termos de desenvolvimento, oportunidade, cultura e recompensas.
6. Meritocracia
Sim, o oposto de direito. Millennials odeiam “esperar pela sua vez” para dar idéias e fogem de uma hierarquia tradicional de trabalho. Ao evoluir nessa questão, as organizações certamente irão se beneficiar de ambientes aonde as recompensas são ganhas por mérito ao invés de por direito.
7. Mais diversão
Para realmente desfrutar de seus trabalhos, millennials irão dizer a você que realmente querem gostar de seus ambientes de trabalho. Locais abertos que provém engajamento promovem inspiração, inovação e aprendizado. E os colegas de trabalho são a regra versus a exceção, tornando o trabalho e a vida parecidos. Se criarmos um ambiente de trabalho capaz de promover diversão, millennials tendem a ficar por mais tempo.
8. Mais propósito
Millennials vão dizer a você que querem trabalhar para uma companhia que faça uma diferença positiva. Os jovens adultos de hoje tendem a ter experiências de contribuir com seu tempo e esperam que seus empregadores gerem algo além do lucro. Articular um propósito claro, ou direção, e ativamente envolver os funcionários em programas corporativos de responsabilidade social trarão grandes dividendos.
9. Planos de ação de engajamento adaptados
Enquanto há muitos denominadores comuns para engajamento através das gerações, a verdade é que também valorizamos coisas diferentes ao longo de nossas vidas. Eu acredito que os millennials nos aconselhariam a segmentar nossas ações de engajamento e evitar utilizar uma “única ferramenta” para gerar engajamento através de todos, como se fossemos uma massa homogênea.
* Por Nigel Miller, co-chair da Europe CIS Employee Engagement e diretor global de Talent Engagement da Edelman
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