Previsões para o Mobile Marketing em 2016
Pela primeira vez, neste ano os gastos com mobile marketing vão superar os gastos com mídia online no desktop
Pela primeira vez, neste ano os gastos com mobile marketing vão superar os gastos com mídia online no desktop
Meio & Mensagem
10 de março de 2016 - 3h43
(*) Por Clauber Scarparo, Gerente de Marketing da Movile
Com o avanço do uso de tablets e smartphones em todo o mundo, a navegação por dispositivos móveis disparou nos últimos quatro anos, ultrapassando o consumo da internet pelo computador e tornando-se a plataforma digital mais utilizada. Sabe-se quem em 10 países, incluindo Japão e Estados Unidos, a maior parte do tráfego de pesquisa do Google origina-se através de celulares ao invés de computadores, fator que levou a gigante de buscas a começar a testar anúncios publicitários em formato de vídeo em páginas de resultados de buscas.
A Emarketer prevê que em 2016 o investimento com mobile marketing supere os US$ 100 bilhões no mundo todo, compondo uma fatia de 51% do mercado publicitário digital global. Pela primeira vez, os gastos com mobile marketing vão superar os gastos com mídia online no desktop preparando o terreno para a indústria de mídia mobile decolar.
Hoje, existem oportunidades no mobile mais interessantes do que nunca, atraindo anunciantes em busca de mais impressões nos seus anúncios. Confira abaixo seis fatos que eu, especialistas e analistas de todo o mundo acreditamos ser determinantes na evolução do mobile marketing em 2016:
â— Anúncios em vídeo se tornarão grandes negócios
À medida em que os smartphones ficam mais potentes e a internet 4G é difundida, tanto a demanda por vídeo de alta qualidade quanto sua disponibilidade aumentarão. Pesquisas apontam que as visualizações de anúncios por vídeo têm crescido ano após ano, enquanto o Facebook revela que seus anúncios por vídeo com reprodução automática, mostrados a usuários direcionados em seus feeds de notícias, alcançaram a marca de 8 bilhões de visualizações diárias no terceiro trimestre de 2015. A rede social também lançou há pouco tempo o Slideshow, permitindo a criação de vídeos leves a partir de imagens estáticas em alta resolução — um trunfo para mercados emergentes nos quais a conectividade pode ser lenta ou cara.
Mas é necessário investimento e esforço na criação de anúncios por vídeo. Embora o formato atraia uma grande porção de pessoas que produzem, compartilham e visualizam vídeos em plataformas como YouTube e Vine, os usuários também esperam que os anúncios por vídeo tenham qualidade superior e maior valor de produção do que banners e imagens tradicionais.
â— A mídia mobile com base na geolocalização ganhará força
O contexto é importantíssimo na propaganda e, hoje, podemos apostar em mais empresas aplicando a tecnologia de geolocalização para exibir anúncios a clientes que possuem o GPS ativado em seus smartphones. Por exemplo, a rede de donuts norte-americana Krispy Kreme fez uma promoção no “Dia de Falar Como um Pirata” (19 de setembro), em que os anúncios da rede apareciam na tela dos telefones dos consumidores quando eles estivessem a oito quilômetros de uma franquia da Krispy Kreme.
No Brasil, grandes marcas como Nivea e Coca-Cola aplicaram a tecnologia de “beacons” para exibir anúncios móveis nos celulares de seus clientes, permitindo que as empresas atingissem consumidores no mundo real mesmo quando estivessem offline.
A geolocalização não será restrito apenas às localidades dos anunciantes.. Alguns especialistas também preveem a ascensão das propagandas e ofertas geolocalizadas que aparecem nos celulares dos consumidores quando eles estão próximos a lojas concorrentes.
â— Deep Links em anúncios aumentarão taxas de conversão em plataformas móveis
A navegação mobile está ultrapassando a navegação desktop, mas muitos usuários ainda usam o celular para pesquisar produtos e acabam concluindo a compra em outras plataformas — quando compram o produto. Em matéria publicada pelo site VentureBeat, Chris Cunningham, responsável internacional pela divisão móvel da plataforma de descoberta de software IronSource, prevê a ascensão dos deep links – links dentro de anúncios que levam diretamente a um produto específico (em vez da página inicial de um site), possibilitando que os usuários comprem artigos instantaneamente.
Suponha que um consumidor esteja pesquisando uma marca de fones de ouvido em um app ou no site da Amazon. Na próxima vez em que abrir um app ou site móvel, o anúncio da Amazon saltará sobre a tela e mostrará o modelo do mesmo fone de ouvido pesquisado anteriormente e entregará o deep link até a página de compra. Este direcionamento entre dispositivos também tira proveito do número crescente de usuários que começa e termina atividades online, desde envio de e-mails até compras, em mais de uma plataforma.
â— Mais apps exibirão anúncios
Houve um “crescimento explosivo” na receita proveniente de anúncios em aplicativos móveis em comparação à mídia desktop e na rede móvel, segundo um relatório da empresa de análise de apps App Annie. Também há a expectativa de que os gastos com publicidade mobile dentro de apps aumentem e que, até 2018, ultrapassem os gastos com a publicidade em buscas, que hoje em dia é a maior geradora de receita.
Na América Latina, que conta com algumas das maiores taxas de engajamento mobile no mundo, o latino-americano, em média, tem mais de 18 aplicativos no celular. À medida em que aplicativos e anúncios móveis tornam-se cada vez mais sofisticados, haverá mais motivos convincentes para os usuários permanecerem em um app — e mais oportunidades para os anúncios certos converterem visualizações em compras.
â— Marcas criarão conteúdo Mobile First
A América Latina conta com o mercado de publicidade mobile que mais cresce no mundo, capturando quase 8% do mercado mundial, segundo uma pesquisa da OperaMediaworks. A empresa também constatou que o Brasil, a Argentina e o México estão entre os 10 principais países com mais tráfego da mídia mobile.
À medida em que o engajamento na mídia mobile aumenta, faz sentido as marcas começarem a priorizar os smartphones quando se trata de promoções. Por exemplo, a gigante dos salgadinhos, Doritos, lançou uma ação acessível somente em smartphones, em que os consumidores tinham que escanear um salgadinho Doritos para visualizar a promoção. Por não depender dos tradicionais códigos QR, a Doritos, de modo geral, incentivou os usuários a efetuarem uma compra e gerou mais engajamento entre o consumidor e a marca.
â— Os gastos com mídia nativa em mobile vão disparar
A mídia nativa deverá aumentar nos dispositivos móveis ao passo que os anunciantes passarem a entender a vantagem dos anúncios criados no mesmo formato e estilo de comunicação que o ambiente digital em que eles aparecem. Segundo a publicação Business Insider, os gastos com mídia nativa em todas as plataformas subiu de 4,7 bilhões de dólares em 2013 para 7,9 bilhões este ano, e a previsão é aumentarem para 21 bilhões até 2018.
As mídias nativas que vão gerar mais receita serão os de redes sociais, incluindo os perfis de notícias do Facebook e os tweets promovidos no Twitter. Em relação à proporção de cliques, a mídia nativa mobile supera a de desktop com uma taxa de 1% comparada a 0,15%.
Ressalva: os anunciantes devem investir na criação de anúncios que se integrem perfeitamente às plataformas escolhidas, incomodando o mínimo possível os olhos do usuário e aumentando a probabilidade de notoriedade da marca e a proporção de cliques.
Sem dúvida 2016 será um ano de crescimento para a plataforma mobile, e um ano em o mobile pode tornar-se o meio dominante na mídia digital. Anunciantes e marcas inteligentes que desejam aumentar o engajamento de seus públicos-alvo precisam prestar mais atenção à telinha agora.
(*) Clauber Scarparoé é gerente de marketing da Movile
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