O futuro da TV depende da integração
É o que defende Marjorie Kaplan, da Discovery Networks, para ela, o mercado precisará de uma inserção relevante e de forma contextualizada de marcas nesse contexto
É o que defende Marjorie Kaplan, da Discovery Networks, para ela, o mercado precisará de uma inserção relevante e de forma contextualizada de marcas nesse contexto
Teresa Levin
31 de março de 2016 - 9h58
Como presidente de Discovery Networks International, Marjorie Kaplan entende do riscado: é responsável pelo desenvolvimento estratégico, pela coordenação e pela viabilização dos produtos da multinacional. A executiva também tem entre suas atribuições traçar estratégias para as marcas da Discovery em diferentes mercados e plataformas. Um de seus marcos foi o processo de rebranding do Animal Planet, que se tornou um case interno tanto em broadcasting como em digital. Antes da programadora, foi vice-presidente da Ogilvy & Mather. Confira a seguir sua opinião sobre esses e outros temas.
CABEÇA NO FUTURO
Tenho um time que faz produção e desenvolvimento de conteúdo para o mundo. Fazemos isso pensando sempre no futuro, no que pode vir mais à frente na TV. Temos muitas produções dos Estados Unidos, mas investimos também em produções locais — no Brasil, por exemplo, temos um time focado em conteúdo local. Outra parte do meu trabalho é estar junto com nossos diretores pelo mundo, vendo como pensar o conteúdo, em que investir, como elevar o nível do que colocamos na nossa grade. Meu objetivo é ser ambiciosa sobre o conteúdo que colocamos no ar.
ENGAJAMENTO
Nossos espectadores estão consumindo conteúdo nas mídias digitais, falando cada vez mais sobre ele e queremos estar nesta conversa. Com o Survivor no Brasil tivemos tanta atividade nas mídias sociais, as pessoas conversaram como loucas sobre o programa. Alguns de forma positiva, outros fazendo brincadeiras, o que importa é que estavam assistindo. Nós já fazemos conteúdo para as mídias digitais, mas nossa ideia é fazer ainda mais, faremos experimentos nesta área. Nos Estados Unidos temos uma segunda companhia que cria conteúdo especificamente para o digital, diferentemente do que vai para a TV.
VÍDEO ON DEMAND
Temos de pensar sob a ótica do telespectador. Tanto o nosso trabalho quanto o da operadora de TV a cabo é entender o que a audiência está procurando e encontra-la nesse lugar. Estamos começando a falar de VOD, digital e há muito medo em torno disso. Há o temor de que conteúdo em outras plataformas interfira na audiência. Mas vejo que shows mais acessíveis alcançam melhores resultados, é melhor para a atração. As pessoas querem experiências que integrem cada vez mais, em mais plataformas. É o que o consumidor busca.
ORIGINALIDADE
Em geral, na nossa indústria o negócio do entretenimento é “tudo se copia”. Algo funciona e todo mundo quer fazer. Originalidade é difícil neste mercado, que também é conservador, pois custa caro. Muitas vezes a cópia funciona. Mas eu, que penso no futuro da TV, tenho como desafio não fazer isso.
CONTEÚDO PARA MUDAR
Um dos privilégios do Discovery é que há um propósito na companhia. Além de fazer conteúdo para grandes audiências, estão nossos valores. A audiência millenial está interessada em propósitos. Se vão assistir à TV ou não é o nosso desafio, mas a audiência procura o pensamento no futuro nas atrações. É bom fazer algo que tenha relevância, significado.
A íntegra desta entrevista está publicada na edição 1703 do Meio & Mensagem, de 28 de março, disponível exclusivamente para assinantes nas versões impressa e para tablets Android e iOS.
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