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Gazeta do Povo encerra diário e foca em mobile

Com investimentos de R$ 23 milhões em digital, publisher manterá edição impressa semanal


6 de abril de 2017 - 10h36

Em evento realizado em nesta quinta-feira, 6, em Curitiba, a Gazeta do Povo anunciou grandes mudanças em sua estrutura, estratégia e produtos. A de maior impacto é a reformulação do projeto editorial, que vai centralizar esforços na produção e no consumo de conteúdo mobile, encerrando a edição impressa de domingo à sexta-feira, a partir de junho.

Guilherme Pereira, presidente do GRPCom (Crédito: Divulgação)

Guilherme Pereira, presidente do GRPCom (Crédito: Divulgação)

O projeto digital exigiu investimentos de R$ 23 milhões nos últimos três anos – ainda em curso –, oriundos de capitalização do próprio GRPCom, grupo proprietário do título e de outros veículos no Paraná, incluindo a RPC, afiliada da Rede Globo. A nova plataforma de publicação da Gazeta, desenvolvida pela Eidos, permite ao jornalista produzir e atualizar textos, fotos e vídeos via smartphone, além de realizar transmissões ao vivo. Do lado da audiência, o conteúdo prioriza a formatação mobile, sendo responsivo a outras telas, como desktop.

“Antigamente para ter um jornal viável economicamente, precisava ter conteúdo de qualidade. Hoje, além da excelência em conteúdo, também é necessária excelência de tecnologia”, afirma Guilherme Pereira, presidente do GRPCom. Segundo o executivo, esse investimento se reverte também em ações direcionadas a melhorar a experiência do assinante e do anunciante, implementando também um sistema de venda programática premium, para qualificar o inventário da Gazeta.

 

Leonardo Mendes Jr., diretor de redação da Gazeta, apresenta as novidades em Curitiba (Crédito: Reprodução)

Leonardo Mendes Jr., diretor de redação da Gazeta, apresenta as novidades em Curitiba (Crédito: Reprodução)

Transição
Em junho, quando a publicação diária se encerrar, uma nova Gazeta do Povo impressa vai circular semanalmente, aos sábados, com uma espécie de análise dos principais fatos do período. O projeto editorial será reformulado, com maior atenção ao contexto dos fatos e fortalecimento das áreas de opinião. “Não estamos apostando num jornalismo unicamente factual, mas também em algo que ajude o leitor a compreender melhor a situação, com uma reorganização de editorias e maior aproveitamento de conteúdo, focando na compreensão de tendências e de futuro, ajudando a antecipar os principais movimentos do País e do mundo”, descreve Guilherme. Entre os novos colunistas estão Ricardo Amorim, Teco Medina, Leandro Narloch, Rodrigo Constantino, Lúcio Vaz e Evandro Éboli, juntando-se a nomes como Luís Fernando Veríssimo, Rogério Galindo e Demétrio Magnoli. As revistas Haus e Bom Gourmet também continuam com versões impressas.

Nosso posicionamento editorial, com conteúdo de qualidade, o pioneirismo tecnológico de Curitiba e mesmo a atenção que a região tem atraído por causa do cenário político tem contribuído para esse crescimento

O foco em assinaturas e em mobile segue a crescente tendência, não só na realidade da Gazeta, de valorização do conteúdo digital em relação ao impresso. Segundo números do Instituto Verificador de Comunicação (IVC), a circulação paga média da Gazeta do Povo tem caído no impresso (29.660 edições diárias em março de 2016 contra 25.380 em fevereiro último, queda de 14,4%), enquanto no digital tem subido progressivamente (de 2.695 para 14.462 no mesmo período, crescimento de 436%). “Nosso posicionamento editorial, com conteúdo de qualidade, o pioneirismo tecnológico de Curitiba e mesmo a atenção que a região tem atraído por causa do cenário político tem contribuído para esse crescimento”, aponta o presidente do GRPCom, citando a Operação Lava Jato, que tem na capital paranaense um de seus centros estratégicos.

Telas do novo publicador mobile da Gazeta (Crédito: Reprodução)

Telas do novo publicador mobile da Gazeta (Crédito: Reprodução)

Questionado sobre a parcela de leitores fiel ao formato impresso, Guilherme diz que esses leitores serão convidados a testar o novo formato. “Esse processo de transição é uma questão geracional muito clara, então também criamos um processo para os assinantes que ainda não migraram. Montamos uma série de programas, educativos e lúdicos, para ajudar essa parcela a absorver e entender essa interatividade mobile. Sou otimista, inclusive falando com pessoas próximas, de que com um pouquinho de provocação as pessoas aderem à tecnologia.” No decorrer dos próximos dois meses todos os assinantes e público interessado serão informados das mudanças e convidados a aderir ao novo formato.

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