Mark Zuckerberg explica modelo de negócios do Facebook
Cofundador da rede social publicou artigo sobre o assunto em diversos jornais do mundo
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Meio & Mensagem
25 de janeiro de 2019 - 12h35
Na quinta-feira, 24, o cofundador e presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, escreveu um artigo distribuído para vários jornais, entre eles o Wall Street Journal e o Le Monde. No Brasil, o conteúdo foi publicado pela Folha de S.Paulo. No texto, intitulado como “Um olhar sobre o modelo de negócio”, o executivo máximo da rede social fala sobre privacidade de dados, monetização e anúncios na plataforma. Com o cenário recente de vazamento de informações e mais a implementação da GDRP, o material soa como uma espécie de statement da companhia. “Nos últimos tempos surgiram muitas perguntas obre nosso modelo econômico, por isso quero esclarecer a forma como funcionamos”, escreveu Zuckerberg.
Em sua visão, a única maneira de fazer com que o Facebook seja acessível a todos é oferecendo serviços gratuitos, e isso só é possível em razão do investimento dos anunciantes na plataforma. “As pessoas sempre nos dizem que, se vão ver anúncios, querem que eles sejam relevantes para elas. Isso significa que precisamos entender no que elas estão interessadas”, afirma.
Se por um lado o executivo admite que os anúncios se baseiam nos dados de comportamento dos usuários com o intuito de atingir o alvo, ele também pondera que a rede social tem feito esforços para que o próprio consumidor tenha maior e melhor controle sobre os anúncios que verá na plataforma. “Você pode saber por que está vendo um anúncio e mudar suas preferências para receber anúncios que sejam mais interessantes para você. E você pode usar nossas ferramentas de transparência para ver todas as propagandas que um anunciante está fazendo, mesmo que você não seja o público-alvo daquela campanha”, explica.
No texto, Zuckerberg deixa clara, inclusive, a sua preocupação com a reputação da empresa no que se refere a privacidade de dados. “Não vendemos dados das pessoas, apesar de isso ser dito com frequência. Na verdade, vender informações das pessoas seria contrário aos nossos interesses de negócio, porque isso reduziria o valor do nosso serviço para anunciantes. Temos um forte incentivo para proteger as informações das pessoas de serem acessadas por qualquer outra pessoa”, diz.
Outro ponto abordado no artigo foi o nível de conteúdo que circula pela plataforma e o quanto ele pode ser nocivo para as pessoas. O cofundador do Facebook disse que procura filtrar conteúdo impróprio por dois motivos: as pessoas não querem ver e, além disso, os anunciantes não estão dispostos a atrelar as suas marcas com esse tipo de material. “A única razão pela qual conteúdos ruins estão disponíveis é porque as pessoas e os sistemas de inteligência artificial que usamos para revisá-los não são perfeitos –não porque temos um incentivo para ignorar esses conteúdos. Nossos sistemas ainda estão evoluindo e melhorando”, concluiu.
Para Marcos Giovanella, especialista em estratégias digitais e diretor executivo da Queen, empresa focada em análise de dados, machine Learning e estatística inferencial, Mark Zuckerberg fez um discurso coerente, apesar de ter aberto pouca coisa a respeito de seu modelo de negócio. “Em primeiro lugar, proteger os dados faz sentido, já que se ele fornece isso a alguém rapidamente os seus concorrentes vão usar para enriquecer as suas próprias bases. No entanto, sobre privacidade, o usuário comum ainda é pouco educado sobre o assunto. O percentual de gente que vai até as configurações para ajustar essa questão é muito baixo. E, por outro lado, se todo mundo deixar o perfil mais privativo, em tese a plataforma fica sem muitos dados. Na minha opinião, ele deu esse statement para acalmar os ânimos das pessoas que estão preocupadas com a questão da privacidade”, analisa.
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