Leitores condenam paywall da Folha de S. Paulo
Internautas não concordam com o preço estabelecido pelo Grupo Folha para acesso ao conteúdo digital e ameaçam partir para a concorrência
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Nathalie Ursini
20 de junho de 2012 - 12h49
A decisão da Folha de S. Paulo em implantar o modelo paywall para o conteúdo digital está dando o que falar nas redes sociais. Após publicar em seu site a matéria “Folha passa a cobrar por conteúdo digital”, nesta terça-feira 19, os internautas se manifestaram contra a iniciativa, indignados com a atitude tomada pelo Grupo. De acordo com Antonio Manuel, diretor-superintendente do grupo, a reação era esperada. “Sabemos quem são os usuários das redes sociais e reclamação desse tipo é natural”, confessa.
No Twitter, os leitores contestaram o modelo e se despediram da Folha de S. Paulo. No Facebook, com mais espaço, alguns leitores concordam com o pagamento em troca do bom conteúdo jornalístico. Muitos comentam sobre a tendência de mercado, modelo que vem sendo aderido por jornais em todo o mundo. Apesar disso, ainda há leitores que se posicionam contra, discordando do preço estipulado: R$ 29,90 para ter acesso ilimitado ao conteúdo digital. Os leitores também se manifestaram por meio do espaço de comentários no próprio site do jornal. Até o momento foram 1.335 comentários.
Além das discórdias é possível notar a falta de compreensão dos leitores que ainda não entenderam como vai funcionar o paywall, e que não apenas a Folha de S. Paulo pretende cobrar pelo conteúdo como também os seus concorrentes O Estado de S. Paulo e O Globo, conforme antecipou o Meio & Mensagem. “Em um primeiro momento há uma confusão, mas a medida que formos publicando os leitores começam a se acostumar”, conta Manuel.
O conteúdo digital produzido pela Folha.com, que a partir de amanhã adota o nome e o logotipo da Folha de S.Paulo, será totalmente aberto à todos os leitores, por uma limitação de 40 notícias por mês. Hoje, algumas sessões do site são fechadas apenas para assinantes, como, por exemplo, a coluna do José Simão. De quinta-feira em diante a coluna estará aberta para a leitura de todos, assim como diversas outras sessões do portal. Porém, por uma quantia limitada de 40 notícias mensais. Se o leitor não optar pela assinatura, no mês seguinte a contagem começa do zero, podendo ler mais 40 artigos. Caso faça a assinatura digital, poderá escolher entre os planos trimestral, semestral ou anual, com acesso ilimitado à todo o conteúdo.
Segundo alguns comentários, os assinantes UOL não teria mais acesso ao conteúdo da versão digital do jornal impresso. Questionado sobre isso, o diretor-superintendente do Grupo Folha afirmou que nada muda. “Pode ser alguma falha momentânea do sistema, mas os assinantes Folha e UOL continuam com acesso ao mesmo conteúdo que possuem no momento”, explica.
Também na quinta 21, entra no ar na TV aberta a campanha criada pela agência Africa, explicando os modelos de assinatura de paywall e divulgando as novas possibilidades. A campanha conta também com comerciais para TV paga e mídia impressa.
Leia também:
– Folha passa a cobrar pelo conteúdo online
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