Playboy sai em defesa dos homens acuados
Revista lança manifesto que faz uso do humor para resgatar o poder e a sedução do universo masculino
Revista lança manifesto que faz uso do humor para resgatar o poder e a sedução do universo masculino
Bárbara Sacchitiello
2 de dezembro de 2013 - 11h12
O universo masculino está em crise. Se por um lado a liberdade de ação conquistada pelas mulheres nos últimos anos colaborou para o início da construção de uma equidade entre os gêneros, por outro, os homens se sentiram acuados e perdidos num novo jogo de relacionamento, no qual, muitas vezes, não são mais os protagonistas. Ao perceber, por meio de pesquisa, que essa é a principal queixa dos homens, a Playboy decidiu reagir e defender sua classe. Volta em peso à mídia após período um tanto introvertido, em que o próprio futuro do título chegou a ser questionado no mercado.
Esse processo começa na edição de dezembro, quando a revista lança o conceito que pautará sua comunicação neste ano: “O homem nasceu para ser livre”. Apesar de a Abril não colocar a Playboy entre os títulos prioritários em 2014, a agência The Heart Corporation, que tem a conta da revista, vem trabalhando na proposta há alguns meses. “Queremos dizer ao leitor que estamos ao lado dele. Na revista, ele encontra espaço para exercer sua liberdade, conversar com amigos, admirar mulheres e não ser massacrado pelo clima politicamente correto”, afirma Valmir Leite, sócio e diretor de criação da agência.
Desenvolvido em conjunto com a Touch Branding após meses de pesquisas com homens de diferentes estilos e classes sociais, o novo posicionamento vai além do slogan, definindo uma nova abordagem da publicação, cuja marca celebra 60 anos em 2014. “Embora seja lembrada pelas belas mulheres na capa, a Playboy sempre teve um estilo editorial muito forte por conseguir dialogar com o homem inteligente, que aprecia as coisas boas da vida e que deseja se manter informado”, explica Leite.
O grito de liberdade será simbolizado na “Constituição do Homem Livre”, especial de 16 páginas com 60 máximas como “Sim, adoramos ver uma bela bunda passar” e “Como casamento dá trabalho, deveríamos receber um mês de férias por ano”. A ideia é ampliar o manifesto com a participação dos leitores, que poderão enviar frases ao portal da revista e compartilhá-las nas redes sociais. O novo conceito vem sendo trabalhado nas revistas da Abril com teasers que exibem a bandeira da Playboy em cenas inspiradas em imagens clássicas, como a conquista de Iwo Jima. O posicionamento tem o intuito de manter os atuais leitores e atrair novos. De acordo com o IVC, a publicação tinha, em agosto, 173.339 de exemplares pagos.
Ciente do teor relativamente polêmico do posicionamento, o sócio da agência é enfático. “Nossa intenção é agradar somente aos homens, nosso público-alvo. Sabemos que muitas mulheres podem não gostar, mas o intuito é justamente provocar e valorizar o mundo masculino”, confessa Leite. Caso as esposas, namoradas e feministas em geral reclamem, a agência e a revista já tem a resposta pronta. “Podem protestar quanto quiserem. Se fizerem isso nuas, melhor ainda”, brinca o sócio da The Heart.
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