Spcine é inaugurada e lança novos editais
Abertura oficial da agência de fomento apresentou financiamentos de até R$ 30 milhões na primeira fase
Abertura oficial da agência de fomento apresentou financiamentos de até R$ 30 milhões na primeira fase
Igor Ribeiro
29 de janeiro de 2015 - 12h19
A Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo, Spcine, foi inaugurada oficialmente em cerimônia na Praça das Artes, no centro da capital paulista, nessa quarta-feira, 28. Repleta de autoridades, ativistas do setor, diretores, produtores atores e outros profissionais da indústria cinematográfica, o auditório do espaço cultural também recebeu uma apresentação da nova identidade visual da empresa, desenvolvida pelo designer Kiko Farkas, e dos primeiros editais.
Alfredo Manevy, diretor-presidente da Spcine, conduziu boa parte do evento. “Os eixos de atuação não foram construídos em gabinete, mas num diálogo intenso com todo setor audiovisual de São Paulo”, disse o executivo em seu discurso de inauguração. “Cinema faz as pessoas se reapropriarem de seu espaço, não só físico, mas também de seu território afetivo”, disse. Manevy anunciou que a empresa nasce com orçamento operacional de R$ 65 milhões, sendo que Prefeitura de São Paulo e Governo do Estado contribuem com R$ 25 milhões cada e a Ancine com R$ 15 milhões.
Manevy assinou, no local, o contrato de investimento de R$ 20 milhões em parceria com a Agência Nacional do Cinema (Ancine), representada por seu presidente, Manoel Rangel. Esse edital prevê três linhas de financiamento: R$ 12 milhões para produção de filmes de pequeno porte, médio porte e de alta performance; R$ 6 milhões para distribuição de obras nestas mesmas categorias; e R$ 2 milhões para pilotos de séries para TV. As inscrições para esses programas vão até março. Segundo Manevy, já está engatilhado também um segundo edital, de R$ 10 milhões, voltado a televisão e games. Na semana passada, a Spcine já havia anunciado um edital em parceria com o Canada Media Fund em R$ 410 mil.
A empresa também anunciou três novos projetos que estavam em andamento e devem ser fortalecidos no decorrer do ano. O primeiro é o Circuito SP de salas de cinema, que leva estrutura para exibição de filmes a 82 estruturas de auditório da prefeitura prontas para receber plateias, como escolas (CEUs), bibliotecas e teatros. Também divulgou o Laboratório de Experimentação e Inovação Audiovisual (Leia), um espaço instalado no Tendal da Lapa, zona oeste da capital, com estúdios e equipamentos para produções, destinado a jovens criadores. Anunciou ainda o SP Bits, um programa de fomento ao desenvolvimento e produção de games e cultura digital.
Apesar de ser inaugurada oficialmente agora, a Spcine já vinha operando em escala reduzida e de forma experimental desde dezembro de 2013, quando a criação da empresa foi aprovada em lei pela Câmara Municipal e sancionada por Fernando Haddad ¬– o prefeito também estava na cerimônia dessa quarta. Nesse período, a empresa se organizou internamente, cumpriu as exigências jurídicas e burocráticas para existir funcionalmente e também investiu em projetos. Realizou oficinas, levou obras nacionais a festivais no exterior, destinou mais de R$ 3 milhões a distribuição de filmes que não conseguiam espaço no parque exibidor e realizou, em parceria com a Converge Comunicações, Sesc São Paulo e MIS, o 1º Festival Internacional de Televisão, o Telas, em novembro do ano passado.
Manevy citou nominalmente os cases estudados para a criação da Spcine, especialmente a RioFilme, empresa de fomento de cinema da capital carioca, além de projetos do mercado pernambucano e argentino. Além da Prefeitura paulistana, do Estado de São Paulo e do Governo Federal, mais de 11 associações fazem parte do comitê consultivo da Spcine, como a Associação Paulista de Cineastas (Apaci), a Associação Brasileira de Produção de Obras Audiovisuais (Apro) e a Associação Brasileira de Produtoras Independentes de Televisão (ABPITV).
Veja no vídeo a seguir a idea de concepção da nova marca da empresa, criada por Kiko Farkas:
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