Meio digital estabiliza jornais em 2014
Apesar de queda nos números de circulação impressa, versões digitais crescem e ampliam importância dos veículos, segundo IVC; Instituto apresenta novo posicionamento
Apesar de queda nos números de circulação impressa, versões digitais crescem e ampliam importância dos veículos, segundo IVC; Instituto apresenta novo posicionamento
Bárbara Sacchitiello
10 de abril de 2015 - 1h35
A tendência de queda nos números de circulação não poupou as revistas e jornais impressos brasileiros em 2014. Mas, se o papel vem trazendo resultados não muito animadores, a área digital consegue, por outro lado, se provar como o novo meio de consumo para um público que ainda tem amplo interesse pela informação.
O balanço da circulação de jornais e revistas divulgados nesta terça-feira, 10, pelo IVC, mostram que o digital vem ganhando maior representatividade para o setor. No meio jornal, as vendas de assinaturas digitais foram responsáveis por deixar a média de circulação anual dos veículos brasileiros praticamente estáveis no ano passado, na comparação com 2013.
De acordo com os dados do Instituto – que considera o período entre janeiro e novembro de 2014 – os jornais brasileiros tiveram uma circulação média de 4.392.567 de exemplares. O número é praticamente o mesmo (com variação negativa de 0,02%) na comparação com o mesmo período de 2013, quando a média de circulação foi de 4.393.434. Nesse total, estão contempladas tanto as edições impressas quanto às digitais. Atualmente, as edições digitais já respondem pela fatia de 11,4% do total de exemplares em circulação no Brasil. Em dezembro do ano passado, essa fatia chegou a 15,1%.
Ainda em relação aos jornais, o IVC apontou um crescimento de 7,5% no total de assinaturas em 2014. Quando se analisa isoladamente a quantidade de assinaturas digitais, o aumento é ainda maior (118% mais na comparação com 2013). Em contrapartida, o número de vendas de exemplares em bancas caiu 7,6%.
“Os números consolidaram um movimento que já vínhamos observando há muito tempo. Os jornais que possuem modelo de assinatura digital já começam a se beneficiar dessa área, enquanto aqueles mais dependentes de venda avulsa enfrentam mais dificuldades”, explicou Pedro Silva, presidente executivo do IVC.
Revistas
A mesma força do segmento digital observada no meio jornal vem acontecendo com as revistas, de acordo com o IVC. Enquanto a circulação impressa das revistas sofreu uma queda de 9,6% no ano passado, a digital cresceu 42,3% no período, na comparação com 2013. Hoje, o digital responde por 5% do total de circulação das revistas no Brasil.
Na opinião de Pedro Silva, ainda é cedo para prever se se a circulação digital irá inverter a tendência de queda do meio, mas é certo que as plataformas digitais dos veículos ganhem maior importância e audiência com o passar do tempo. Apesar de sua força, o meio digital não conseguiu impedir que, na média geral, as assinaturas das revistas sofressem uma queda de 3,2% no período. As vendas avulsas também caíram, tendo uma retração de quase 20%.
Novo posicionamento do IVC
A fim de se posicionar como um instituto de aferição multiplataforma, o IVC apresentou um redesenho de sua marca, seu posicionamento junto ao mercado e até mesmo de seu nome. Agora, em vez de Instituto Verificador de Circulação, o órgão passa a ter o nome de Instituto Verificador de Comunicação. “Essa mudança não representa aquilo que gostaríamos de ser, mas reflete a realidade que já estamos vivenciando junto ao mercado, que é a de oferecer dados que contemplem as mais diversas plataformas de comunicação”, explicou João Ciaco, presidente do Conselho do IVC.
Desenhada pela Loducca, a nova marca do Instituto também tenta transmitir uma imagem de modernização e maior conexão aos meios digitais. A mudança do nome e da imagem do IVC será comunicada ao mercado com uma campanha, que reforçará os múltiplos serviços oferecidos pelo órgão, desde a aferição de audiência online até as mensurações de web, mobile, eventos e aplicativos.
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