Webedia compra Tudo Gostoso por R$ 49 mi

Meio & Mensagem
21 de agosto de 2015 - 9h59

O Webedia, grupo francês que possui no Brasil os verticais digitais AdoroCinema, Purepeople, PureBreak e IGN no Brasil, anunciou hoje a aquisição do TudoGostoso, por R$ 49 milhões, do Grupo NZN, que até então administrava o site mais popular de culinária e receitas do Brasil. “Em todos os mercados que a Webedia atua, temos como objetivo ter os verticais mais referentes nas temáticas chave para o grupo”, afirma Renato Paiva, vice-presidente comercial do grupo, citando as áreas de cinema, games, celebridades e culinária.

Segundo dados da comScore, o TudoGostoso teve 7 milhões de visitantes únicos em julho, em desktop. São dois milhões acima do Receitas e Dietas, da Record, e cinco acima do Receitas.com, da Globo. A comScore também oferece dados completos, contando acessos mobile, de abril, quando o site teve 12,9 milhões de unique visitors. Todos os verticais da Webedia tiveram, no mesmo mês, desktop e mobile, 73,4 milhões de visitantes.

Por outro lado, os R$ 49 milhões devem fazer diferença para a outra parte. O NZN também vinha investindo seguidamente na internet, mas o grupo brasileiro não comenta o destino dos investimentos, que foram negociados entre o Webedia e a Avant Invest – holding de investimentos cujo um dos sócios é Guilherme Barthel, fundador do NZN. Ronaldo Bastos, VP da área comercial e marketing do grupo, assegura que a empresa “está sempre trabalhando no desenvolvimento de novos produtos ou aquisições para o portfólio.” Desde a gênese do grupo, em 1999, sua expansão incluiu a compra do principal concorrente em 2012, o Superdownloads, entre outros, e a fusão com o Click Jogos há um ano. 

A Webedia se uniu em novembro de 2013 ao AdoroCinema no Brasil, após aquisição de sua propriedade francesa – o Allociné – pela empresa de investimentos Fimalac, por € 140 milhões. Neste ano, lançaram a versão brasileira do portal de games IGN, um dos mais populares do mundo. “Na Europa, adquirimos empresas de MCN, desenvolvimento mobile e ecommerces ligados aos nossos verticais”, diz o VP comercial.

Apesar da força das redes sociais e do direcionamento crescente de verbas publicitárias digitais a esses sites e a search, Renato confia que os sites de nicho permanecerão não só como fortes fontes de conteúdo para esses ambientes, como formadores de uma base de dados de consumo valiosa para anunciantes. “No AdoroCinema, por exemplo, sabemos o perfil de quem irá ao cinema no próximo final de semana. No TudoGostoso, depois de plugarmos as nossas tecnologias, conseguiremos traçar o perfil de quem procura por receitas com certos ingredientes. Esses dados, tanto o Google quanto o Facebook, não possuem”, relata Renato.