O impasse entre Band e GfK
Após anúncio do rompimento do acordo por parte da emissora, companhia alemã tenta reverter a questão e preservar o grupo dos canais que endossam sua medição de audiência
Após anúncio do rompimento do acordo por parte da emissora, companhia alemã tenta reverter a questão e preservar o grupo dos canais que endossam sua medição de audiência
Bárbara Sacchitiello
25 de agosto de 2015 - 3h01
Antes de apresentar os resultados do primeiro painel de audiência televisiva do País, a GfK enfrenta sua primeira crise no Brasil. Na sexta-feira, 21, a Band enviou uma notificação à empresa informando o rompimento do contrato para a mensuração da audiência de TV no Brasil, retirando-se do grupo do qual também fazem parte o SBT, a Record e a RedeTV.
De acordo com informações obtidas pela reportagem, questões financeiras e descontentamento estão por trás da decisão da Band. Desde dezembro de 2013, quando as quatro emissoras assinaram um acordo com a empresa alemã, dando o aval para a criação de um novo painel de audiência de TV, Band, Record, SBT e RedeTV vêm arcando com os custos financeiros desta operação, que demanda um grande investimento em equipe, tecnologia e inteligência de dados para mapear o consumo televisivo em 15 praças brasileiras.
Acontece que o prazo dado pela GfK para entregar o primeiro relatório de audiência ainda não foi cumprido. Inicialmente previsto para o primeiro quadrimestre do ano, o relatório já foi adiado outras duas vezes. Segundo informações obtidas pela reportagem, o novo prazo dado pela consultoria é dia 1º de outubro. Esses atrasos teriam irritado a Band, que não estaria mais disposta a arcar com os custos de um serviço que ainda não recebeu, ainda mais em um período de necessidade de ajustes e cortes de custos.
Surpresa com a decisão da Band, a GfK tratou de tomar duas rápidas decisões. Primeiramente, reuniu-se com os demais membros do grupo (SBT, RedeTV e Record) para garantir o cumprimento do acordo e preservar as parcerias. Depois, a empresa alemã procurou a Band para apresentar novas propostas financeiras e tentar convencer a diretoria da emissora a retomar o projeto do painel de audiência. A Band está analisando as propostas e a negociação entre as partes deve levar alguns dias. Procuradas, Band e GfK ainda não se posicionaram sobre o assunto.
Dificuldades em acessar residências de algumas regiões brasileiras e problemas com a infraestrutura tecnológica do Brasil são algumas das razões para a demora da GfK em concluir a primeira amostragem de audiência televisiva. Como prometeu, na época, cobrir uma área bem maior que a do Ibope, com a instalação de aparelhos de medição em mais de 6 mil residências, a GfK acabou tendo mais trabalho e, consequentemente, atrasando seu cronograma de atuação. Enquanto isso, nos últimos meses, o Ibope Media incrementou sua amostra de audiência, cobrindo, atualmente 6.060 domicílios com seu aparelho.
Em algumas comunidades do Brasil, a GfK alemã teria encontrado resistência por parte dos moradores, que não aceitaram a instalação dos aparelhos em seus domicílios. Além disso, a consultoria garantiu que só entregaria os dados quando acreditasse que o painel atingiu o maior grau possível de precisão. Entre as emissoras abertas, a Globo foi a única que não assinou com a GfK.
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