Empresa paulista compra Grupo A Tarde
A Piatra Participações S/A, dos empresários Felício Rosa Valarelli Junior e Roberto Lázaro, assume uma das maiores companhias de mídia do nordeste
A Piatra Participações S/A, dos empresários Felício Rosa Valarelli Junior e Roberto Lázaro, assume uma das maiores companhias de mídia do nordeste
Meio & Mensagem
29 de janeiro de 2016 - 10h26
O grupo baiano A Tarde, dono do jornal homônimo, do periódico popular Massa!, do portal A Tarde e da Rádio A Tarde FM, foi vendido para a holding paulista Piatra Participações S/A.
O anúncio foi feito aos funcionários da empresa na última terça-feira, 26, em Salvador.O valor do negócio não foi informado. De acordo com o jornal Tribuna da Bahia, a familia Simões receberá R$ 25 milhões pela empresa.
A Piatra é liderada pelos empresários Felício Rosa Valarelli Junior, sócio da WYX Holding, e Roberto Lázaro, sócio do Grupo DX Investimentos. A empresa é especializada em recuperação de ativos e, até então, atuava nos ramos de moda, química e petroquímica. De acordo com André Blumberg, diretor-presidente do grupo, a família Simões deixa o comando do grupo.
"Jamais perdemos a esperança de fazer desse grupo uma empresa perene, que ainda tenha mais 103 anos de história pela frente", afirmou Blumberg, em evento para funcionários. Sua fala foi reproduzida pelo portal A Tarde.
O jornal A Tarde, criado em 1912 por Ernesto Simões, tem tiragem diária de 40 mil exemplares e acumula dívidas trabalhistas e com fornecedores. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, elas estariam avaliadas em R$ 150 milhões. Todo o passivo será assumido pelo Piatra. O veículo é o jornal baiano mais antigo em circulação. Em dezembro do ano passado, chegou a demitir cerca de 150 profissionais.
A meta dos novos donos do grupo é resolver os problemas financeiros em até cinco anos. "Nós já queríamos entrar no segmento de mídia e o jornal A Tarde é um veículo com credibilidade, que tem um nome no mercado. A reformulação do grupo não pode afetar a agilidade e o compromisso jornalístico com a verdade e a imparcialidade, que garantiu ao jornal ser essa referência", disse Valarelli ao A Tarde.
Valarelli se comprometeu a manter o jornal impresso, mas destacou que é inevitável o processo de modernização do veículo. "Os produtos online vêm com força, mas, para nós, o impresso não morre por estar incluso na cultura das cidades. Assim como a juventude gosta de informação rápida, outros públicos gostam de ler jornal”, afirmou Valarelli.
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