Pyr Marcondes
27 de setembro de 2016 - 8h00
Pesquisa da Russell Reynolds Associates revela que CMOs estão sendo dispensados de forma acelerada pelas empresas como nunca nos EUA e que há, como sumariza o repórter do Advertising Age, Adam Kreinberg, oito causas para isso: digital, digital, digital, digital, digital, digital, digital e digital.
Os CEOs estão percebendo a relevância do digital na vida das suas companhias e não estão encontrando em seus atuais gestores de marketing o perfil profissional idealmente preparado para esse novo desafio.
O setor de varejo aparece no estudo como o que mais dispensou CMOs ultimamente. A pesquisa aponta que 48% dos 30 maiores varejistas dos EUA mandaram embora seus CMOs nos últimos 12 meses. Wow! 62% das empresas que trocaram seus CMOs nos últimos 12 meses substituíram a posição com alguém de fora, com qualificações de conhecimento digital consideradas superiores aos antigos donos do cargo. No coração desse movimento está a necessidade cada vez maior de geração otimizada de ROI em marketing via digital e os atuais CMOs, aparentemente, não estão entregando.
Já não é de hoje que comentamos aqui que o CMO médio das empresas, no Brasil também, não está definitivamente preparado para encarar os desafios da Era Digital. E olha que a Era Digital tem mais de 20 anos já. O preparo desses profissionais sempre foi possível e sempre esteve disponível. Bastava e basta que ele se engaje em uma nova luta por seu próprio aprendizado, desenvolvendo novos skills que antes não tinha. Há cursos, workshops, treinamentos, livros, sites, informações, em cada esquina da internet ou do mercado, basta procurar.
As próprias empresas, de uns 5 anos para cá, embora muuuuito tardiamente, estão se preocupando com a questão e tentando melhorar a performance de seus profissionais de marketing nessa área com cursos internos. Mas tem sido pouco, aparentemente. O que ocorre na verdade é que não é por falta de conhecimento e aprendizado disponíveis que os CMOs não mudam. É por opção mesmo. A opção de insistir com velhos valores e velhas práticas que não servem mais.
Já comentei em outros artigos sobre os desafios do CMO que as empresas não têm muita paciência para gente teimosa e o olho da rua, para gente assim, é serventia da casa, como diria minha avó. Agora, com pesquisa e tudo para comprovar que eu estava certo.