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Como os influenciadores virtuais são criados?
CEO da Biobots explica o processo de criação e as motivações das celebridades para ingressar na tendências dos avatares
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Carolina Huertas
9 de agosto de 2022 - 10h00
Conhecidos por representarem marcas em casos como a Lu, do Magazine Luiza, os influencers virtuais vem ganhando mais espaço no mercado brasileiro e chamando a atenção também das celebridades. A Satiko, avatar da apresentadora Sabrina Sato, foi criada em novembro de 2021 e já possui 35 mil seguidores nas redes sociais. A boneca virtual acumula mais de 90 posts no Instagram e já fechou contratos com marcas como Renner, Coca-Cola, Boticário, Veloe e Eudora.
Em julho desse ano, a empresária e criadora de conteúdo Bianca Andrade (Boca Rosa), também criou a sua. A Pink já possui mais de 95 mil seguidores, marcou presença na premiação MTV Miaw e promete ações no metaverso.
Além delas, personalidades como os atores Deborah Secco e Cauã Reymond, a apresentadora Ticiane Pinheiro, a influencer Rafa Kalimann, a cantora Luiza Possi e a CEO do movimento Black Money, Nina Silva, são algumas das pessoas que já estão com contrato assinado para a criação de seus avatares. Segundo estudo da HypeAuditor, os influenciadores virtuais geram três vezes mais engajamento nas redes sociais do que os influenciadores reais.
Para entender a tendência e como funciona a criação e gerenciamento desses influenciadores virtuais, o Meio & Mensagem conversou com Ricardo Tavares, CEO da Biobots, empresa que foi responsável pela criação da Sakito e da Pink. A startup atua com a criação, produção e desenvolvimento de produtos digitais e oferece estratégias de gestão para as vidas digitais dessas personalidades virtuais, com animação, consultoria comercial, conteúdo digital e gerenciamento de redes.
Meio & Mensagem – O que é um influenciador virtual?
Ricardo Tavares – Um influenciador virtual é um personagem digital criado por meio de software de computação gráfica, que recebe uma personalidade definida por uma visão de mundo pré-estabelecida (de uma marca ou pessoa) e se torna acessível por meio de plataformas, geralmente redes sociais, possibilitando uma relação de influência.
M&M – Como funciona a criação do avatar?
Tavares – Para o desenvolvimento de um avatar, em média, podemos dizer que trabalhamos com um time de dez pessoas e que pode demorar cerca de 3 meses. O passo a passo da criação é iniciado com o preenchimento de um formulário com inúmeras perguntas sobre atribuições físicas, interesses, personalidade do influenciador virtual que será desenvolvido. Junto com esse questionário, recebemos fotos e referências que devemos seguir no processo de criação. É interessante ressaltar que todas as definições sempre são feitas a quatro mãos com a marca ou celebridade. Depois de estabelecido todo o perfil, partimos para a ilustração do avatar, seguida da fase de animação, que permite que ele assuma diferentes poses e movimentos no futuro. Assim, o influenciador fica pronto para ser trabalhado e aplicado em diferentes cenários e contextos. Além disso, um dos nossos últimos investimentos em ferramentas foi na tecnologia de Motion Capture, que possibilita movimentos quase em tempo real e que proporcionam a diminuição de cerca de três semanas no desenvolvimento das animações.
M&M – Além das marcas, celebridades também estão começando a criar seus influenciadores digitais. Existe diferença entre eles? De onde surge esse interesse de pessoas que não tem uma marca para representar?
Tavares – Esse interesse surge da oportunidade de explorar novos mercados, já que um influenciador virtual permite alcançar novos seguidores de maneira diferente, sem toda a carga do mundo real. É super interessante porque a produção de todos os processos possibilita a criação de experiências totalmente diferenciadas e as conexões passam a ser infinitas. Eles permitem que celebridades mergulhem em novas estratégias de comunicação irreverentes e criativas, fugindo do tradicional e, não necessariamente, para fins comerciais. Além disso, também proporcionam uma narrativa que influencia o cotidiano dos seguidores de maneira leve e bem humorada.
M&M – Como funciona a criação e gerenciamento do conteúdo desses influenciadores virtuais nas redes sociais?
Tavares –Desenvolvemos a criação e o gerenciamento baseados em um plano de conteúdo estruturado em quatro pilares: identidade, comercial, memes e bastidores. Cada um deles está fundamentado, respectivamente, em trabalhar com conteúdos que têm o intuito de fixar os gostos e assuntos de interesse do personagem; contextualizar a rotina do influenciador em parceria com marcas ou celebridades, estimular interações, estreitar o relacionamento com os fãs, participar de memes e assuntos virais do momento e abordar os bastidores do dia a dia do personagem, também acompanhando os compromissos da celebridade.
M&M – Quais oportunidades existem hoje, no mercado brasileiro, para influenciadores virtuais?
Tavares – De shows virtuais, a Digital Drops e NFTs, estamos em um momento de virada na indústria do entretenimento. Essa foi uma das áreas mais impactadas pelas restrições impostas pela pandemia, evidenciando que a transformação digital já está em curso. Os influenciadores virtuais vêm para expressar a persona digital de alguém ou de alguma marca sem a limitação do mundo físico, o que proporciona um potencial tamanho. Ao falar em oportunidades, gerar negócios passa a ser uma das principais possibilidades, já que, quando pensamos em influenciadores virtuais, formar comunidades, colaborar com diferentes marcas, aqui também estamos falando em publicidades pagas, e influenciar o comportamento de seus seguidores é uma realidade. A Satiko, por exemplo, influenciadora virtual da Sabrina Sato, já fechou contratos com marcas como Renner, Coca-Cola, Boticário, Veloe e Eudora.
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