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A tradição do Cannes Lions também precisou de um banho de creator economy e de GenZ

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Cannes Lions

17 a 21 de junho de 2024 | Cannes - França
Diário de Cannes

A tradição do Cannes Lions também precisou de um banho de creator economy e de GenZ

Minhas expectativas para o evento estão bem altas diante do destaque para o segmento e a possibilidade de protagonismo para a Geração Z


17 de junho de 2024 - 9h51

Participar pela primeira vez do Cannes Lions International Festival of Creativity, a premiação mais importante da publicidade mundial, é bastante significativo para mim, principalmente porque também é a primeira vez que o evento anuncia uma categoria dedicada a creator economy. Isso representa um grande avanço e me deixa animado para vivenciar essa experiência, trazendo a minha visão aqui no M&M e integrando a comitiva de brasileiros do CreativeSP, iniciativa do Governo do Estado de São Paulo.

Este ano, conforme levantamento realizado pelo Instituto Z – braço de pesquisa da Trope (consultoria de Geração Z da qual sou fundador) -, o evento contará com mais de 250 atividades, divididas entre palestras, workshops, sessões de bate-papo, encontros, espaços para networking, experiências, análises ao vivo dos indicados, anúncio de vencedores, eventos esportivos e festas. Durante às noites, irão ocorrer os eventos de premiação das principais categorias.

Em relação às palestras, ao todo são 172, cerca de 68% das atividades totais. Entre os temas que serão abordados, as palestras sobre a indústria da publicidade são as mais recorrentes, representando 62% (107). Já as palestras sobre diversidade são 12% (20), seguida da creator economy 9% (15) e por fim, sobre a Geração Z com 3% (6). No entanto, apesar de só 6 palestras terem ‘Geração Z’ no nome ou na descrição, cerca de 33 (19%) apresentam assuntos que consigo conectar com a GenZ.

Por essa razão, ver a creator economy, e a Geração Z, recebendo merecido destaque mostra que esse mercado é de extremo valor e traz resultados de negócios, o que só eleva a minha expectativa. Não é de hoje que o marketing de influência vem ganhando mais protagonismo, e consequentemente, mais dinheiro nas linhas orçamentárias de marketing das maiores companhias ao redor do mundo. No entanto, o protagonismo tardio para a pauta vem, em minha análise, como um efeito de ação sob pressão de outros eventos relevantes, que passaram a dedicar tracks para o tema.

Por outro lado, sinto que esse é só o começo para conseguirmos fornecer cada vez mais protagonismo para a GenZ. Afinal, contrariando o que muitos pensam, esse grupo já têm voz ativa, mas precisa ser ouvido para que as mudanças de fato comecem a acontecer, tendo essas pessoas como integrantes das mesas de tomada de decisão, o que representa uma evolução.

E isso precisa acontecer não apenas por um movimento de inclusão e diversidade, mas também como medida para garantir que essa parcela significativa de consumidores, que só no Brasil representam 24% da população do país, ainda continuem a comprar produtos e serviços das grandes marcas, que se sentem ameaçadas ao perceber que a intenção de compra ou a preferência de consumo caem quanto menor é a idade, visto a falta de conexão verdadeira entre a companhia e a Geração Z.

Nesse sentido, a Trope terá um papel fundamental para trazer para o Brasil tudo que acontecer durante o Cannes Lions, sob a ótica de pessoas pertencentes a GenZ, o que considero essencial. O meu intuito na França é conseguir mapear as conversas e analisar as tendências para o futuro, para quando retornar, poder gerar uma conexão dessas pautas com o cenário brasileiro.

É importante ter em mente que a realidade do nosso país é completamente diferente da realidade de outros países e que muito precisa ser adaptado para que dê certo. Tudo depende de avaliação prévia, como por exemplo, ter a consciência de não utilizar dados de pesquisas de fora e querer aplicá-los para o Brasil sem entender o contexto, que é de policrise, e que um dado do norte global, muitas vezes não tem aplicabilidade aqui.

Visto isso, torço para presenciar o protagonismo da Geração Z crescer e evoluir nesse evento, aliado ao incentivo da creator economy como um todo. Estarei lá para articular essas conversas e, ao retornar, disseminar isso para quem está ou deseja ativamente participar desse mercado gigantesco que é a creator economy. Espero que essa seja apenas a pontinha do iceberg para conseguirmos ajudar cada vez mais a engajar o empreendedorismo jovem, inserindo essas pessoas no mercado de trabalho e também nos diversos segmentos de serviços que a economia criativa brasileira tem a oferecer.

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