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Cannes

A vida após o Grand Prix

Como os departamentos criativos de Africa e Grey lidam com a nova responsabilidade trazida com o reconhecimento no Cannes Lions


28 de junho de 2018 - 7h51

Equipe da Grey, no palco, recebendo o Grand Prix de Mobile (Crédito: Eduardo Lopes)

Africa e Grey voltaram da edição deste ano do Festival Internacional de Criatividade de Cannes com um item que todas as agências do mundo sonham em carregar na bagagem. Cada uma delas conquistou o primeiro Grand Prix de sua história no Festival, o troféu que atesta que aquela ideia foi a melhor entre as ideias de mais alto nível presentes na categoria.

Ver sua criatividade reconhecida dessa maneira por alguns dos mais importantes publicitários do mundo traz, junto com o orgulho, a responsabilidade de manter esse patamar de qualidade elevada. Como fazer com que as próximas criações se destaquem criativamente e, quem sabe, conquistem novos prêmios como esse no futuro?As duas agências, no entanto, parecem estar tendo cautela para que a conquista do Grand Prix não vire uma pressão interna.

“A cobrança criativa da agência nunca foi a de criar ideias que ganhem GP em Cannes. A cobrança sempre foi a de fazer trabalhos culturalmente relevantes, que construam marcas fortes e tenham impacto positivo na vida das pessoas”, comenta Adriano Matos, vice-presidente de criação da Grey. A agência conquistou o júri de Mobile com o trabalho “Detector de Corrupção”, criado para o Reclame Aqui.

Na Africa, que também celebra o primeiro Grand Prix de seus 15 anos de existência (o troféu veio em Print & Publishing, com o trabalho #Tagwords, para Budweiser), a criação vem tentando enxergar a responsabilidade trazida com a conquista como um elemento positivo. “Claro que, depois de uma conquista como essa, existe uma expectativa em cima das próximas criações da agência. Mas, ao mesmo tempo, não encaro isso como uma cobrança criativa ruim. Acho que trazer o GP para casa dá reconhecimento e incentiva toda a agência, o time e nossos clientes. O que fica é a inspiração e motivação para buscarmos sempre o diferente e o novo”, confessa Matias Menendez, diretor executivo de criação da Africa.

Enquanto ainda celebram a premiação deste ano, as agências, de certa maneira, já pensam no Festival do próximo ano, mas usando o próprio trabalho do dia a dia como forma de manter elevado e qualificado o exercício criativo. “O Grand Prix e os Leões são o reconhecimento de apenas uma parte do que estamos criando e produzindo na Africa. Isso por que, ao mesmo tempo em que mostramos esses trabalhos incríveis no Festival de Cannes, colocamos também na rua campanhas gigantes para os maiores patrocinadores brasileiros da Copa do Mundo. E isso só nos ajuda a renovar e criar mais e melhor”, acredita Menendez.

Na Grey, a ideia também é manter a engrenagem da criação ativa, sem pensar em outros Grand Prix. “O primeiro passo para falharmos daqui para a frente é virarmos reféns de GP. Se passarmos a buscar um Grand Prix, não ganharemos nada, simplesmente porque um GP não parece um GP quando nasce. O sarrafo continua alto, mas a busca segue a mesma: realizar trabalhos relevantes, com poder de transformar vidas e fazer girar o ponteiro do cliente. Acredito que, mirando nisso, estaremos fazendo o nosso melhor e conquistando cada vez mais sucesso”, decreta Matos. Veja, abaixo, os cases vencedores de Grand Prix da Grey e da Africa, respectivamente:

 

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