Games: como Call of Duty se tornou um hit?
Para Johanna Faries, general manager da franquia, indústria criativa ainda não desbloqueou totalmente as oportunidades do setor
Para Johanna Faries, general manager da franquia, indústria criativa ainda não desbloqueou totalmente as oportunidades do setor
Taís Farias
21 de junho de 2023 - 14h07
Johanna Faries: “Se você não gosta de feedback, não deveria trabalhar na indústria dos games” (Crédito: Taís Farias)
No fim do ano passado, o lançamento de Call of Duty: Modern Warfare 2 conseguiu faturar US$ 1 bilhão em seus primeiros dez dias de vendas. A franquia, que é parte da Activision, comemora 20 anos de existência em 2023. No início deste mês, o recorde foi batido por outro game da companhia: Diablo 4.
Só nos dias de pré-lançamento, o game foi jogado por mais de 93 milhões de horas. Foi sob a luz desses dados, que Johanna Faries, general manager de Call of Duty e ex-VP de business development da NFL, subiu ao palco do Cannes Lions.
A executiva comemorou o momento que os games estão vivendo e o despertar da indústria criativa para esse mercado. Johanna citou a estreia do Entertainment Lions for Gaming. Indiretamente, a franquia protagonizou um dos Ouros com “Fighting to Remember”, da McCann Tel Aviv para Zikaraon Basalon. A ação uniu jogadores de Call of Duty World War II e sobreviventes para aumentar a consciência das gerações mais jovens sobre o holocausto.
A líder da franquia Call of Duty chamou atenção para o fato de que manter a ideia do público gamer como “o jovem que fica no porão e não tem amigos” é um equívoco. “Se você tem telas em sua vida, você é um público endereçável dos games”, afirmou Johanna.
Nesse sentido, os games, hoje, estariam envoltos por uma complexa dinâmica social que aumenta recorrência e fidelidade. Ela compara a plataforma com o cinema: apesar de dificilmente alguém assistir um filme no cinema mais de duas ou três vezes, jogar o mesmo game várias vezes é um hábito comum entre os gamers.
“Nós estamos perdendo o que está no core dessa dinâmica”, alerta a executiva. Essa cultura e os códigos compartilhados seriam responsáveis também criar uma rede de influenciadores. O próprio Modern Warfare II passou por um teste de fogo batizado de Call of Duty Next.
Nele, 150 streamers se uniram aos desenvolvedores para testar a usabilidade o jogo antes de seu lançamento oficial. O interesse da comunidade em cocriar também molda o perfil profissional dos talentos que se envolvem com esse mercado. “Se você não gosta de feedback, não deveria trabalhar na indústria dos games”, aponta Faries.
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