CEO da Mattel explica como o negócio se voltou ao entretenimento
Homenageado como Personalidade de Entretenimento do Ano no Cannes Lions 2024, o CEO da companhia Ynon Kreiz detalhou a mudança de estratégia de negócios da companhia
CEO da Mattel explica como o negócio se voltou ao entretenimento
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Amanda Schnaider
21 de junho de 2024 - 11h37
Durante a cerimônia de premiação e encerramento do Cannes Lions 2024, que acontecerá na noite desta sexta-feira, 21, Ynon Kreiz, chairman e CEO da Mattel, receberá a honraria de Personalidade de Entretenimento do Ano.
O executivo foi escolhido para receber essa homenagem por liderar uma estratégia de transformação da Mattel de uma companhia de brinquedos para uma empresa de entretenimento, orientada por propriedade intelectual.
Em painel realizado na manhã desta sexta-feira, 21, Kreiz revelou que ficou emocionado e orgulhoso em receber a homenagem, mas enfatizou que esse prêmio não é apenas seu. “Recebo-o em nome de tantas pessoas que fizeram parte da jornada e, claro, da incrível equipe da Mattel, que tornou tudo isso possível”, complementou.
Durante sua carreira, Kreiz sempre teve um espírito de liderança e empreendedorismo. Em 1997, cofundou a Fox Kids Europe, posteriormente atuou como chairman e CEO da Endemol e como CEO da Marker Studios. E, em 2018 entrou na Mattel para liderá-la em seu caminho como uma empresa de conteúdo.
“A empresa se considerava uma fabricante de brinquedos que produzia itens e a oportunidade era transformá-la em uma empresa de propriedade intelectual que gerenciaria franquias”, afirmou o executivo. Kreiz enxergou uma oportunidade de transformar os consumidores em fãs, em uma audiência.
Antes de sua chegada, a Mattel não estava em um momento bom financeiramente, visto que em quatro anos, quatro CEOs passaram pela companhia. “A empresa naquela época tinha muitas dívidas, nosso índice de alavancagem, que na verdade tem a ver com nossa solidez financeira, não estava em boa forma”, revelou.
Porém, ele chegou com o objetivo de mudar esse jogo. “Queríamos elevar nossas marcas além do que fazíamos na época e realmente ampliar a inovação e começar não apenas a procurar expandir o negócio de brinquedos, mas nossa oferta de entretenimento”, informou.
E essa mudança começou a dar frutos no ano passado. Com o lançamento do filme Barbie – que além de alcançar a maior bilheteria global de 2023, se tornou o 14º filme de maior bilheteria da história – a Mattel registrou um dos maiores ganhos de participação no mercado de brinquedos nos Estados Unidos de sua história, de acordo com o CEO.
Segundo Kreiz, o fato de suas marcas existirem há duas e até três gerações de pessoas, fala sobre herança e sobre a força dessas marcas. Porém, segundo ele, os consumidores de hoje não se importam com o fato de uma marca existir há 65 anos, a menos que isso signifique algo para eles hoje. “Então, o que fizemos como empresa é algo que fazemos todos os dias, não para fins de marketing, mas organicamente: infundimos o propósito da marca e a relevância cultural em tudo o que fazemos”, ressaltou.
A relevância é cultural é tão essencial para a companhia que essa foi uma das premissas que nortearam o filme Barbie. “Não se trata de tentar fazer um filme para vender mais brinquedos. O objetivo era criar uma cultura de eventos para gerar um momento social e foi isso que literalmente o definiu desde o início”, pontuou Kreiz. E o objetivo funcionou, uma vez que o filme trouxe à tona o fenômeno Barbiecore, tendência inspirada no estilo característico da boneca da Mattel.
Para desenvolver esse projeto, a equipe da Mattel, contou com uma equipe de criativos, liderados pela diretora Greta Gerwig. “Não há garantias, claro, mas quando você faz parceria com os melhores e não apenas confia neles, mas também os amplifica, você confia no processo criativo, sabe que serão capazes de resolver”, salientou o CEO.
Kreiz também afirmou que Greta é a criativa mais colaborativa com quem já trabalhou. “E essa colaboração criativa foi fundamental para o sucesso deste filme”, disse, revelando que a Mattel esteve envolvida no processo criativo da produção.
“É claro que tivemos aprovação criativa sobre cada elemento do filme, mas nunca foi uma questão de controle de crédito, foi uma questão de confiança, confiar nos criativos, confiar na visão de Greta e amplificá-la e apoiá-la na forma como ela montou tudo isso”, complementou.
Por fim, Kreiz revelou que além de Barbie, a Mattel já tem outros 16 filmes em desenvolvimento, entre eles: Mestres do Universo, Hot Wheels e Rock ‘em Sock’ em Robots. A empresa também está apostando em programas de televisão e streaming, com o lançamento de 13 séries neste ano.
Além disso, até o fim de 2024, a Mattel lançará o primeiro parque de diversão da marca, nos arredores de Glendale, no Arizona, e outro em Kansas City, no Missouri, até o final de 2026. A companhia também está expandindo seus jogos para celular e produtos afora do mundo dos brinquedos.
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