A revolução digital que eu vi em Cannes 2018 vem do oriente

23 de junho de 2018 - 8h58

Eu já tinha lido muito sobre o fato de que a China já é hoje um dos mercados mais sofisticados de transformação digital, em especial na revolução mobile e de pagamentos eletrônicos. Que o principal dia do e-commerce chinês, dia do solteiro, é muito maior que a Black Friday americana por exemplo. Porém não é achar cases e informações públicas em inglês sobre um mercado enorme porém ainda muito voltando para si mesmo. Por isso fiz questão de ir a todas as apresentações de empresas chinesas aqui no festival. Tencent e Alibaba tiveram uma presença como eu nunca vi. O que conteúdo que mais que marcou foi uma apresentação da Tencent mostrando cases de como eles estão revolucionando o varejo, não só digital mas em todos os canais:

WeChat, o superapp, é usado mensalmente por mais de 1 bilhão de chineses.

Imagine o WeChat com uma soma de Facebook + Instagram + Whatsapp e adicionado de uma carteira digital e plataforma para produtos e serviços de terceiros.

60% das base de usuários do WeChat usam o WeChat pay, mais de 600 milhões de transações por dia.

Segundo a Tencent a grande revolução aconteceu quando eles lançaram a plataforma Mini-program que permitiu que empresas como KFC, Dior, Starbucks entre mais de 500mil empresas ofereçam produtos ou serviços sem sair do app e sem fricção de compra (por exemplo necessidade de colocar endereço ou cartão de crédito).

A plataforma de marketing da Tencent vende para os anunciantes alcance, engajamento, conversão e fidelização – tudo com segmentação absurda e mensurável. O que mais um CMO quer?

Um dos cases apresentados foi a parceira com o Carrefour China onde o WeChat substitui o folheto de ofertas e o caixa dos supermercados. O ocidente está diante de uma enorme oportunidade de sair de um ecossistema de mídia online para uma plataforma de entrega integrada de vendas e geração de impacto financeiro.