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Diário de Cannes

Além do sotaque brasileiro

Muitos artistas perderam o emprego. Por outro lado, seu bisavô e milhares de famílias, finalmente puderam ter um retrato da família pendurado na parede


20 de junho de 2023 - 18h55

Além do sotaque brasileiro o que eu mais escuto por aqui é sobre inteligência artificial.

Vejo toneladas de posts, escuto alguns podcasts e tento ler tudo sobre esse tema.

A sensação que eu tenho, é que é muito recente. Não dá pra cravar nada ainda.

Mas hoje aprendi mais um pouquinho.

Fui agora de manhã na palestra da Open AI, que é a empresa por trás do ChatGPT.

Pensei: agora eu desvendo o truque do mágico!!! Depois de meia hora de papo, juntando com tudo que anda boiando na minha cabeça, comecei a formar um ponto de vista.

Em primeiro lugar, a inteligência artificial é uma ferramenta. São dados matemáticos processados. Ela não é nem o herói nem vilão. Imagino, sim, que ela vai ajudar na descoberta de muitas doenças, por exemplo. Por outro lado, é quase certo que vai extinguir uma série de empregos.

Em segundo lugar, vamos olhar um pouco a nossa evolução.

Um exemplo simples: a invenção da fotografia.

Em meados do século XIX os pintores estavam tranquilos fazendo retratos de famílias ricas e reis, quando de repente surgiu uma tecnologia que simplesmente era mil vezes mais barata, mais rápida e muito mais realista. Muitos artistas perderam o emprego. Por outro lado, seu bisavô e milhares de famílias, finalmente puderam ter um retrato da família pendurado na parede. E o mais interessante: a pintura se libertou daquela tarefa maçante, daquela obrigação retratista. Graças à fotografia, a pintura pode ser impressionista, expressionista, cubista, surrealista. Ela se libertou.

Então, pra fechar meu raciocínio, vamos abraçar e aprender com essa novidade.

Vamos ser como ela: machine Learning. A IA é uma esponja que suga e processa tudo o que encontra. É uma máquina de aprendizado constante.

Vamos nos aprimorar, estudar sempre, escutar muito, processar, pensar, ler, experimentar.

Não vamos esquecer o que nos trouxe até aqui: nós somos as verdadeiras máquinas de aprendizado.

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