Alive and Kicking
As consultorias querem fazer agências. Elas compram agências. Bom para os donos de agências
As consultorias querem fazer agências. Elas compram agências. Bom para os donos de agências
11 de junho de 2019 - 14h10
Cannes chegou, a publicidade está de volta.
Sem nunca ter ido.
Hoje todos querem fazer publicidade mesmo não querendo ser chamados de publicitários.
Na concepção de que publicidade é a comunicação remunerada para promover um produto e uma ideia ou resolver um problema de comunicação de uma empresa ou causa, temos mais publicitários do que nunca.
É exatamente isso. Todos querem criar. Todos querem ser publicitários.
Afinal todos postam.
E isso é ótimo.
As consultorias querem fazer agências. Elas compram agências. Bom para os donos de agências.
As produtoras criam, os clientes criam, as consultorias jurídicas criam.
Empresas de mídia criam. E isso também é ótimo!!!
Aprendemos a cantar antes de falar. Aprendemos a desenhar antes de escrever. Todos são criativos.
Até jornalistas criam. O que em algum momento comprometeu o jornalismo.
Mas esquecendo as fakenews, quando os jornalistas criam conteúdos editoriais e válidos para a sociedade, é um ótimo trabalho.
Os influenciadores criam. Produzem também.
Todos fazem tudo.
Todos fazem publicidade.
A publicidade está viva e chutando traseiros. Só é um pouco diferente do que se fazia antes.
Sejam bem-vindos criativos de todas as origens e de todas as categorias e formações diferentes. Precisamos de vocês.
Mas, e sempre tem um MAS, publicidade é uma atividade comercial muito importante e repleta de obrigações.
A importância é tanta que hoje a publicidade atua sobre a verdade apenas.
Real ads
Quando a publicidade não é precisa, ela simplesmente pode ser retirada do ar, julgada e punida. E os clientes junto.
Basta uma denúncia no Conar, por exemplo. Fora a justiça comum.
E isso serve para qualquer tipo de atividade de comunicação, que tenha tido um pagamento ou objetivo comercial, em qualquer meio.
Por outro lado, chame como quiser: post, programática, play, ambiente, etc. ela vai movimentar a economia.
O que é ótimo! O Brasil precisa disso!!!
E quanto as obrigações, existem várias. Uma delas é determinante e tem relação com a qualidade do que se faz.
Alguns dos entrantes nesse negócio de publicidade ou criatividade em comunicação estão contratando grandes profissionais das agências, o que é uma atitude corretíssima.
Pois esses profissionais já trilharam suas 10 mil horas de atividade para se tornarem mestres em craft de suas funções. E vão levar essa qualidade para seus novos empregadores.
E é ótimo isso, o mercado valoriza o bom profissional.
Mas existem casos aonde se percebe um estilo TCC de criação. Um entusiasmo juvenil.
Bonito de se ver. Num TCC.
Existem TCCs brilhantes.
O de George Lucas era simplesmente o Star Wars. Mas é exceção.
Publicidade boa precisa de tempo, prática, erros, acertos e correções. É uma jornada, não uma vontade.
É tão simples que as vezes todos acham que podem fazer.
Mas você não entra num avião pela primeira vez e pilota. Você não entra em campo pela primeira vez e vira artilheiro.
Não pega o violão numa tarde de sábado e vai para o topo da bilboard.
Bem, logo o mercado, implacável, vai selecionar essa comunicação feita no entusiasmo daquela realmente craftada, curtida e elaborada.
Venha de onde vier. E que venha de todo lugar.
Afinal, tudo mudou na publicidade, menos que ela é uma interrupção indesejada e precisa ser muito brilhante e bem feita para ser aceita pelas pessoas.
Nunca foi tão bom ser publicitário.
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