Ampliando a representatividade
No primeiro dia de Cannes Lions já deu para perceber que diversidade e inclusão foram os temas escolhidos pela organização como protagonistas
No primeiro dia de Cannes Lions já deu para perceber que diversidade e inclusão foram os temas escolhidos pela organização como protagonistas
18 de junho de 2024 - 14h45
Se no Brasil as questões raciais, gênero e classe social compõem essa tônica, aqui a discussão é bem mais ampla.
O convidado “surpresa”, aqueles que não são divulgados na programação justamente para nos surpreender, foi o medalhista paralímpico Dylan Martin Alcott, estrela do tênis australiano, conhecido por vencer 15 Grand Slams e ser coroado o Australiano do Ano em 2022.
Com a plateia lotada e curiosa para descobrir o que o festival nos reservou, Dylan trouxe uma narrativa emocionante e inspiradora sobre como se tornou uma referência de transformação no mundo.
O ex-atleta contextualizou que hoje algumas marcas já estão contratando pessoas com deficiência para as suas campanhas, mas há anos o cenário era bem diferente: a deficiência sempre foi retratada pela mídia com desespero e tristeza. E, se ainda considerarmos a maioria dos anúncios que vimos, é como se esse público não existisse, fosse excluído e invisível.
Por essa razão, a Fundação de Dylan Alcott lidera a Shift 20 Initiative | Inclusivity in Advertising, que reúne dez das maiores marcas da Austrália em apoio à representação das pessoas com deficiência. A meta é que o mercado publicitário australiano torne essa comunidade a estrela de 20% das campanhas produzidas.
Ainda durante sua apresentação, o medalhista paralímpico defendeu – sem espaço para piedade – que pessoas com deficiência também são consumidoras vorazes e que representam 8 bilhões de dólares por ano em consumo, segundo estimativas, e 13 bilhões de dólares se incluirmos amigos e familiares.
Ou seja, ele quer que as empresas entendam que promover a inclusão e a acessibilidade gera negócios, consumo e vendas, além de ser a coisa certa a fazer. Ele quer que as pessoas com deficiência sejam vistas como realmente são e devem protagonizar SIM a publicidade de produtos e serviços de grandes marcas.
No final da sua palestra, ficou ainda mais claro que é essa representatividade que faz as pessoas visualizarem o seu lugar no mundo. E nisso, nós publicitários, podemos ajudar muito! É a premissa do pertencimento.
Quem quiser conhecer e contribuir com a causa, esse é link do movimento de Dylan Alcott: https://shift20.org
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