Cannes 2022 é mais sobre brindes do que sobre prêmios
Cannes não é sobre voltar com a cabeça explodindo e cheia de ideias, e também é muito mais do que ganhar ou perder
Cannes 2022 é mais sobre brindes do que sobre prêmios
BuscarCannes não é sobre voltar com a cabeça explodindo e cheia de ideias, e também é muito mais do que ganhar ou perder
21 de junho de 2022 - 13h36
Separei as anotações do dia de ontem e estava decidido a escrever sobre um tema
que tem se apresentado como um grande desafio para todos os gestores da indústria
criativa e que foi o assunto de uma das apresentações a que assisti ontem, da
TBWAWorldwide: como os profissionais estão se relacionando com o trabalho nesse
pós-pandemia e como fazer entregas de alto nível, manter a performance e atender às
novas expectativas e necessidades dos criativos no novo cenário, após dois anos de
trabalho remoto?
A palestra de Agathe Guerrier e Ben Williams trouxe importantes reflexões, mas o que
mais me chamou a atenção ontem aconteceu do lado de fora do Palais.
Não sou exatamente um assíduo frequentador do festival. Como comentei no post
anterior, esta é a minha segunda vez por aqui. A primeira foi há oito anos. Não somos
uma agência de publicidade, somos uma commerce agency e, por essa razão, temos
que dividir nossos investimentos em diversos eventos além do Cannes Lions, como
SXSW, NRF, Path2Purchase, CES, entre outros. Cada um deles com diferentes
características e diferentes objetivos.
Mas ontem ouvi alguns colegas, de diferentes grupos, comparando a vinda a Cannes
com a ida a Austin para o SXSW. Sei que o primeiro pensamento é “mas são coisas
diferentes, não dá pra comparar”, porém, quando o bolso é o mesmo ou a
disponibilidade de tempo para esse tipo de evento é limitada, a comparação é
inevitável.
Ouvi, entre um drink e outro, comparação de palestrantes, de público, de distância e
até de preço. Todas corretas, dependendo do ponto de vista. Mas tem uma coisa, sem
nenhum juízo de valor que, para mim, distingue os dois eventos: o tal do FOMO (Fear
of missing out). Esta é a palavra que define o evento da capital do Texas e aqui no sul
da França ele simplesmente não existe.
Não é que o conteúdo por aqui seja menos interessante, muito pelo contrário. Mas a
grande diferença é que ele não é a prioridade. Ele é bem importante, assim como a
premiação, mas o que todos mais querem é entrar em contato, especialmente depois
de 2 anos de restrições e confinamentos.
Cannes não é sobre voltar com a cabeça explodindo e cheia de ideias, e também é
muito mais do que ganhar ou perder. É sobre celebrar, brindar, encontrar e
reencontrar, abraçar e voltar com a cabeça vazia de ansiedades (se a mala estiver
cheia de Leões melhor, mas se não estiver, tudo bem!).
Ninguém está muito preocupado com a palestra que vai perder, mas sim com quem
está deixando de encontrar. Estar aqui, depois de tempos tão desafiadores, já é um
fato especial por si só e a sensação é de que este ano especialmente, mais do que
dos prêmios, todos aqui estão atrás de brindes.
Cheers!
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