Cannes chegou em 2022
Ou melhor, 2022 chegou em Cannes
Ou melhor, 2022 chegou em Cannes
17 de junho de 2022 - 10h38
Dizer que Cannes é o farol para onde o mercado de comunicação aponta pode até ser um clichê, mas eu acredito que clichês não existem à toa. Então, o que eu espero da edição de retomada é ver esse farol iluminando assuntos que estão sendo discutidos não só nas salas de júri, mas, principalmente, nas rodas de conversa.
Cindy Gallop vai falar sobre os novos modelos de agência. Estou dentro. Afinal, se a Cindy falou, está falado.
O que rolou com o #Metoo cinco anos depois do seu aparecimento? Ainda não tenho uma resposta embasada, mas estou louca para ter.
A diferença entre celebração e apropriação cultural. Esse assunto tão delicado vai ser debatido por Nkaniev Mozango, Karabo Poppy e Tommy Johnson cujas visões podem ajudar a gente a navegar com mais respeito e paz de espírito nesse momento de reflexão em que o mundo está – ou pelo menos, deveria.
As mudanças climáticas são A mudança, assim, com A maiúsculo mesmo. A partir dessa premissa, o Auditório Debussy vai trazer uma discussão acalorada mostrando que a questão começa no clima e não termina até tudo acabar.
Além de, claro, os trabalhos feitos num ano tão desafiador (outro clichê, vai vendo) onde novos usos da tecnologia e formatos aparecem não por nossa vontade, mas sim por necessidade mesmo. E tudo isso julgado pelo grupo mais diverso da história do festival, forjando um novo ponto de vista sobre aquilo que “a gente” sempre achou legal.
Nossa indústria tem bastante responsabilidade e trata de assuntos que vão muito além de sabão em pó, telefonia, bancos ou cerveja. E, se você não embarcou num foguete do Elon com passagem só de ida continua por aqui, deve saber que inclusão, diversidade e representatividade, além de questões climáticas e vida pós-pandemia, são a tônica da vez não só na nossa indústria, mas também na vida de quem sequer trabalha na área. Sim, essas pessoas existem, acredita? Ao contrário de muita coisa que já vimos em Cannes, são assuntos que vieram para ficar e, com isso, a grande pergunta aqui não é o que eu espero dessa edição, mas sim o que eu espero das próximas: que os temas já estejam tão aprofundados que precisemos mais falar deles.
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