Em Cannes, brilha uma dupla: a inteligência artificial e a humana

20 de junho de 2024 - 13h38

Quem dá uma olhada rápida nos trabalhos e na programação do festival de Cannes esse ano já percebe que a Inteligência Artificial é um tema protagonista. Avanços e impactos. Vantagens e ameaças. Algumas apocalípticas. Mesmo com o universo das deep fakes e de um monte de coisas que ficaram obsoletas de uma hora para a outra, eu estava relativamente tranquilo até que, de repente, Elon Musk cita Geoff Hinton e reforça que a IA é 80% segura (risos – de nervoso).

Calma.

Não corram para as colinas, fiquem no Palais comigo.

Nos trabalhos, a IA aparece de maneira inspiradora, como em “The Dove Code” da Soko, “The WoMen’s Football”, da Marcel Paris, “Adoptable by Pedigree”, da Colenso BBDO, “Without Consent – A Message from Ella”, da adam&eve de Berlim, “Lap of Legends”, da FCB New York, “The AI President”, da Impact BBDO de Dubai, e não poderia deixar de citar o antológico “VW 70 anos”, ou “Elis”, da AlmapBBDO. Nossa. São cases que fazem o coração bater mais forte. O olho encher d’água. O braço arrepiar.

Mas pera.

Quem faz isso é a inteligência humana.

É a sensibilidade e a coragem de quem cria, planeja, produz e aprova.

Do lado daqui, nos nossos times do Grupo Phocus, a IA generativa faz parte da rotina, não só pelas plataformas que todo mundo conhece, mas principalmente com a Rain AI, uma assistente de brainstorm dentro do WhatsApp, desenvolvida pelo querido Domenico Massareto, quase um profeta desse tema no mercado publicitário brasileiro, que fez de mim, seu ex-aluno, um beta tester há mais ou menos 10 anos, quando desafiei analogicamente uma dupla com a avó da Rain nas mãos. Assim que foi lançada, fomos um dos primeiros no Brasil a adotar a plataforma, hoje uma ferramenta para potencializar o trabalho do nosso time, somada ao ChatGPT, MidJourney, Eleven Labs etc.

Sim, é inevitável. A IA está transformando o mundo e a nossa forma de trabalhar.

Mas o coração do trabalho continua sendo quem tem um.