Hotel Atlas, sem estrelas
Em 2024, estou em Cannes novamente. Agora, representando minhas duas empresas: a MGNT e a Santeria. Negócios distintos mas que possibilitam eu seguir vivendo da minha criatividade.
Em 2024, estou em Cannes novamente. Agora, representando minhas duas empresas: a MGNT e a Santeria. Negócios distintos mas que possibilitam eu seguir vivendo da minha criatividade.
17 de junho de 2024 - 10h03
Atlas era o nome do hotel que hospedou todos os young creatives brasileiros por mais de uma década. Um tempo em que o Cannes Lions era diferente do que é hoje. Mesmo o hotel não existindo mais, a cidade de Cannes mudou pouco ao longo dos 20 anos que passei a frequentar aquele que se intitula o festival da criatividade.
Pessoalmente, acho essa denominação polêmica: criatividade é tão ampla. Mas o que realmente segue movendo o Cannes Lions é a indústria da publicidade. Com suas contradições, excentricidades, transformações e, sim, criatividade. Essa última, celebrada anualmente por pessoas do mundo todo que viajam aqui para o sul da França.
Na minha primeira participação, cheguei no Hotel Atlas alguns dias antes do resto dos Young Creatives. Eu, Carol Reis e Sérgio Mugnine éramos os representantes do Brasil na competição. Eu trabalhava como diretor de arte da Leo Burnett e duplava com o Marcelo Reis, que também tinha sido young uns dois ou três anos antes de mim. Eu tirava um peso das minhas costas por ter sido escolhido, ao mesmo tempo que representar o Brasil trazia outro. Deu certo, ganhamos ouro e bronze. E nunca vou me esquecer do impacto dessa primeira edição do Cannes lIons na minha vida. Deu mais certo ainda pois, nessa edição, conheci o Lew, da Lew’Lara. Anos depois ele se tornou meu chefe. Anos depois fui sócio da agência que ele fundou e que incorporava toda a criatividade que o Lew sempre personificou.
Em 2024, estou em Cannes novamente. Agora, representando minhas duas empresas: a MGNT e a Santeria. Negócios distintos mas que possibilitam eu seguir vivendo da minha criatividade. Depois de duas décadas de Cannes Lions eu ainda não acredito como eu fiz a minha vida em torno de algo tão frágil, difícil de definir e amplo. Da extensão do horizonte mais azul que eu já vi: o da côte d´azur.
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