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Ideia ruim ganha prêmio, ideia feia não

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Diário de Cannes

Ideia ruim ganha prêmio, ideia feia não

Sobre Stefan Sagmeister, responsável pelo retorno do design "feito à mão" e do craft na sua essência


14 de junho de 2016 - 16h41

Foi lembrando essa frase maravilhosa, dita pelo também maravilhoso Thomas Lorente, que fiquei feliz ao achar certo speaker no meio de centenas este ano em Cannes: crianças, Stefan Sagmeister is in da house!

Ele é um dos seres humanos mais criativos da face da terra, responsável pelo retorno do design “feito à mão” e do craft na sua essência, que usa em seu trabalho materiais que você poderia achar num terreno baldio ou numa garagem velha. Suas peças – recheadas de máximas pessoais – são vinculadas a clientes de renome e responsabilidade e quebram um pouco os limites entre design, publicidade, arte e intervenção urbana.

Esse é o primeiro motivo pelo qual gosto tanto dele. Num mundo de 140 caracteres, vídeos toscos de 10 segundos, e onde o culto ao feio parece uma tendência, esse cara é quase um Midas. Além de um trabalho eficiente, tem um trabalho lindíssimo.

Quando comecei a escrever sobre ele, pensei: “Mas o Sag já não virou carne de vaca? Como a Madonna, quando namorava o Jesus Luz, que a toda hora vinha ao Brasil?

Pode até ser. Mas ele faz algo que anula totalmente a possibilidade de virar um cara engessado. A cada 7 anos, pelo menos, Stefan fecha seu escritório em NY por 1 ano. Manda uma mensagem de aviso a seus clientes dizendo que esse período é dedicado a novos experimentos e que, por favor, retornem depois de 365 dias. Um ano de experimentos, aprendizado e total dedicação a isso. O famoso sabático levado muito a sério.

A equação dele é a seguinte: gastamos os primeiros 25 anos de nossas vidas aprendendo, os demais 40 anos trabalhando e o restante curtindo a aposentadoria. Ele apenas resolveu cortar seus anos de aposentadoria e intercalar com os anos de trabalho. Provavelmente vai trabalhar até o fim da vida. Ainda bem.

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