Nem tudo é Leão

18 de junho de 2024 - 14h56

Hoje passei o dia no Palais des Festivals, mergulhado nos computadores que mostram os trabalhos inscritos e os que conquistaram shortlist. Me chamou atenção a quantidade de categorias, algo que vem crescendo, ano após ano, dada a chegada de novos meios de se comunicar. Também me chamou atenção o ‘pequeno’ número de shortlists.

Ao observar os números, fica claro que a quantidade de trabalhos que chega ao shortlist é ínfima, comparada ao número total de inscrições. E, mesmo entre os que alcançam essa façanha, converter um shortlist em um Leão é ainda mais desafiador. Ou seja, ser shortlist é um prêmio. Apenas os trabalhos mais excepcionais, que se destacam pela criatividade, inovação e impacto, conseguem conquistar um Leão.

No entanto, essa competição acirrada tem um lado positivo que muitas vezes passa despercebido. Mesmo os trabalhos que não chegam ao shortlist são de altíssima qualidade. O simples fato de serem inscritos em Cannes já indica que são peças de excelência, dignas de reconhecimento. Cannes, assim, eleva o padrão da criatividade global, incentivando todos a buscarem o melhor em suas produções.

A excelência dos trabalhos não “shortlistados” mostra como só vem para Cannes o que é realmente bom, reflexo da qualidade e dedicação dos profissionais da nossa indústria. Esses trabalhos refletem uma diversidade de ideias, culturas e abordagens que enriquecem o festival, além da indústria publicitária como um todo. Cada campanha e peça inscritas contribuem para o ambiente de criatividade e inovação que define Cannes.

Cannes continua a ser um farol para a indústria publicitária, desafiando-nos a elevar os nossos padrões e a continuar inovando. A jornada para um Leão pode ser difícil e competitiva, mas cada passo nesse caminho é uma oportunidade de se aprimorar e se inspirar.