18 de junho de 2017 - 15h22
Na tarde de hoje assisti à palestra Classic Hollywood meets the YouTube generation
No palco a atriz Holliwodiana Laura Dern, renomada, com uma belíssima história como atriz, atuando em clássicos como Jurassic Park.
Reconheci a atriz, na hora.
No mesmo palco, a YouTuber Grace Helbig. Nunca havia visto, não sei nada sobre o repertório da moça mas, pela descrição do apresentador, uma YouTuber com excelente audiência. Desculpem minha ignorância.
A conversa entre as duas trazia ao palco a diferença entre o clássico e o “moderno”, sendo bem simplista na definição.
Laura, com seu estonteante vestido longo, plissado em preto com reflexo azul cintilante estava sentada na poltrona como um manequim, ereta, mãos delicadamente apoiadas sobre as coxas, dedos entrelaçados.
De onde eu estava sentada, conseguia ver a sola da sandália, nova, sem uso, com uma etiqueta de preço e código de barras intacto. Pensei comigo: esta roupa é de produção.
O cabelo muito bem escovado e modelado caía sobre os olhos mas ela, como se muito bem orientada, não passou a mão ou retirou o cabelo dos olhos nenhuma só vez.
Do outro lado estava Grace, a YouTuber.
Com sua calça legging branca, uma blusa listrada em branco em azul, totalmente a vontade com o astral de Cannes.
Ela se movia na poltrona, parecia confortável, usava o encosto, apoiava os braços nas laterais.
Seu cabelo também incomodava, mas ao contrário de Laura, Grace não se importava em mexer no próprio cabelo. A cada fala, uma breve passada de mão para segurar as madeixas atrás das orelhas.
O discurso das duas virou um acessório. Não conseguia ouvir mais nada. Estava fixada na linguagem corporal.
A postura já era, em si, o tema da palestra.
As duas, em dimensões absolutamente diferentes, vivem personagens.
Laura, em sua carreira, certamente muito bem orientada a esquecer seu comportamento natural e assumir outras personalidades. A cada filme, um personagem diferente.
Já Grace, também muito bem orientada, deve fazer sua espontaneidade se tornar constante, cativar, envolver sempre dentro da mesma personalidade.
Ela não pode mudar de personagem.
Escolas diferentes, formas diferentes de envolver a audiência.
Será que a virtude está no meio termo entre estes dois formatos?
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