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O lado direito do cérebro para aproximar a razão do coração

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Cannes Lions

17 a 21 de junho de 2024 | Cannes - França

Diário de Cannes

O lado direito do cérebro para aproximar a razão do coração

Você cria com o lado direito ou esquerdo do cérebro?


21 de junho de 2024 - 11h28

Quando criamos uma ação ou campanha publicitária, usamos mais o hemisfério direito do cérebro — responsável pela criatividade, ligado ao nosso lado emocional, sensorial, artístico. Já o esquerdo é a parte analítica, ligado ao raciocínio lógico e à resolução de problemas. Esse lado categoriza, é literal e factual.

Na linha do óbvio que precisa ser dito (e é bom ser relembrado), no processo criativo devemos explorar a potencialidade da nossa imaginação e subjetividade para criar narrativas, dialogar e extrair referências da cultura para comunicar nossas ideias de forma inovadora e gerar engajamento do público.

Mas o quanto estamos pensando e usando de forma intencional as ferramentas para acessar também o lado direito do cérebro das pessoas com quem queremos nos conectar?

Vamos pensar o seguinte: assim como usamos nosso lado direito do cérebro na criação, precisamos também ativar de forma intencional a criatividade em nossa audiência. Acionando assim o lado direito do cérebro deles para construir uma conexão genuína e poderosa, que ultrapassa as barreiras racionais que impedem isso.

As pessoas são hiperestimuladas o tempo todo, por inúmeras fontes de estresse: guerras, recessão econômica, pandemia, crise climática, trabalho… Para superar essas barreiras de conexão, é preciso ter um bom storytelling, metáforas, arte e música. É preciso brincar com as palavras e os ritmos para desviar da dureza da realidade.

As pessoas buscam cada vez mais por micromomentos de positividade e imaginação, um recurso de escapismo. A criatividade é a ferramenta para proporcionar a elas esses momentos, ajudando-as a silenciar o barulho exterior.

Como fazer isso? Inovando. Combinando o que parece não ser combinável, buscando referências além do tempo e abrindo a mente, unindo os mundos da arte e da ciência, do tangível e do intangível, buscando novos elementos narrativos para cativar a audiência a interagir.

Em ressonância com isso, aqui em Cannes, percebi que o humor voltou a ganhar força, como tendência, na construção das marcas, sendo ele um recurso para acessar o lado direto do cérebro – por meio de elementos surpresa, quebra de expectativa e narrativas não lineares. O que precisamos, ao final, é buscar recursos que tenham o poder de capturar a atenção e gerar picos emocionais relevantes. Isso deixará qualquer comunicação mais memorável.

Então, ao invés de pensarmos apenas em criar com o lado direito, que tal criarmos para o lado direito do cérebro de alguém? Aproximar a razão do coração?

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