13 de junho de 2017 - 11h44
Sempre chego a Cannes com a bateria quase descarregada, sobrecarregado de stress, pressão, ansiedade, de dos cases e até pensando muitas vezes porque escolhi trabalhar em publicidade. Mas Cannes é único, você chega lá, vê essas bandeirinhas com o símbolo do festival tremulando com o Palais ao fundo e a mágica se faz: ressurge a adrenalina, esse poder de nos inspirar, de nos fazer apaixonar novamente pela profissão que escolhemos. E já no avião de volta -em meio a uma overdose extra de videocases – juramos a nós mesmos fazer a melhor propaganda do mundo para o próximo ano.
Já faz mais de 10 anos que fui pela primeira vez e sempre escutei os profetas do marketing em auditórios lotados falarem que a propaganda como a conhecemos acabou. No entanto, com algumas mudanças, a rádio segue tocando, os anúncios seguem sendo impressos e a TV ainda continua ligada. Possivelmente a única coisa que realmente acabou nestes anos foi a internet tal qual a conhecemos, hoje monopolizada pelo mobile, palavra que só serve para nos lembrar que uma vez tivemos telefone fixo. Então este ano estou me propondo a ir como naquela primeira vez, com olhos de junior, com essa fome de trainee, aprender mais sobre as peças, analisar mais o jeito das marcas se comunicarem, do que avaliar se determinado trabalho merecia um ouro ou um bronze. Vou analisar o uso inteligente da Mídia, da data, da inovação. Enfim, regressar com a bateria cheia.