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Diário de Cannes

Pra não dizer que não falei de dados

Dados continuam, avassaladoramente, na pauta do Festival e tanto que até mereceu um outdoor media


22 de junho de 2018 - 13h20

Dados continuam, avassaladoramente, na pauta do Festival. E tanto, que até mereceu um outdoor media, com tom saudosista, numa rua perpendicular bem defronte ao Palais. A frase nele dizia: “Lembra quando criativos não lidavam com dados? ”

Desavisados até pensariam que o Festival ainda está num debate dualista entre apocalípticos e integrados. Entre os que falam com deslumbre, acreditar-se-ia que tudo se resolverá através da inteligência dos dados. Enquanto que, para aqueles que falam com fatalismo, haveria uma suposta ditadura dos dados sobre a criatividade.

O alívio, para quem participou do festival, é saber que a catarse está se transformando em consenso. Ufa! Quase unanimemente acredita-se que o segredo está na combinação. Foi demonstrado pela McKinsey, por exemplo, que a equação: dados + criatividade= 2x crescimento. Diageo também ilustrou como magic & measurement tem andado juntos para seu negócio, com dados a serviço da criatividade. Os prêmios já anunciados atestam seu sucesso de “público e de crítica”.

Finalmente, nas discussões, pouco se acredita numa mão invisível totalizante e mais tem se buscado uma rede de informação descentralizada. As tendências apontam que seremos cada vez menos dependentes de uma fonte aristocrática conglomerada de “um para todos”, e cada vez mais parte de uma rede de “todos para todos”, nos moldes blockchain.

Pela falta de confiança nas grandes instituições, a confiança se dará através de uma rede de iguais anônimos. Assim, os riscos de manipulação e de controle da informação podem, sim, ficar menores. Logo, sem amarras, a criatividade terá campo fértil posto em ação.

Então, vem, vamos embora, que esperar, não é saber. Mais informação, é saber. E, quem sabe faz a hora. Não espera acontecer!

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