Holdings lançam competição criativa contra estigma do câncer no trabalho
Movimento liderado por Edelman, IPG, Omnicom, Publicis e WPP já tem apoio de 600 empresas, mas quer que criativos ajudem a desafiar a cultura atual em torno da doença
Holdings lançam competição criativa contra estigma do câncer no trabalho
BuscarMovimento liderado por Edelman, IPG, Omnicom, Publicis e WPP já tem apoio de 600 empresas, mas quer que criativos ajudem a desafiar a cultura atual em torno da doença
Roseani Rocha
22 de junho de 2023 - 8h26
Diagnosticado com câncer em março de 2022, Arthur Sadoun, CEO do Publicis Groupe, publicou um vídeo em que abria o jogo a todos os funcionários e mercado sobre o fato de estar com a doença. A transparência, honestidade e o otimismo da mensagem foram aspectos exaltados por Philip Thomas, CEO da Ascential, organizadora do Cannes Lions, ao introduzir Sadoun, nesta quinta-feira, 22, no painel em que este iria falar sobre o movimento #workingwithcancer e o lançamento de uma competição criativa global para acabar com o estigma em torno do câncer no ambiente de trabalho.
Thomas brincou com o fato de esta ser uma indústria muito competitiva, o que é justificado pelo fato de que talentos verdadeiros não são fáceis de encontrar, e isso dificulta a colaboração em torno de causas maiores, mas a iniciativa de Sadoun conseguiu isso, ainda que o desdobramento da colaboração, agora, vá ser, em formato de uma competição criativa.
O #workingwithcancer foi criado a partir da constatação de que 50% da população será diagnosticada com a doença ao longo da vida, segundo dados do British Journal of Cancer e da International Agency for Research on Cancer (2020). E não bastasse enfrentar a doença, metade das pessoas diagnosticadas temem falar a respeito disso em seus empregos, por medo de serem demitidas (muitas, de fato, são). No entanto, 92% dos pacientes acreditam que apoio de empregadores e colegas no trabalho ajudaria em sua recuperação.
“Muita gente esconde a doença, faz radio de manhã e vai trabalhar à tarde. Pensamos que era hora de agir para tirar o estigma do câncer no ambiente de trabalho”, disse Sadoun.
Como resultado, 600 empresas, muitas delas multinacionais, já aderiram ao Working with Cancer, prometendo desenvolver mecanismos que deem maior apoio às pessoas com a doença no ambiente de trabalho.
Mas para aumentar ainda mais o awareness em torno do tema, no palco do auditório Lumière, esta manhã, executivos da Edelman, IPG, Omnicom, Publicis e WPP, lançaram a competição “The Big C”, em que profissionais e agências podem inscrever, entre 10 de julho e 15 de setembro, suas campanhas para o World Cancer Day, que é observado em 4 de fevereiro de 2024, quando as peças serão exibidas.
Os vencedores do concurso serão anunciados dia 30 de outubro e terão um orçamento de US$ 5 milhões para trabalhar.
O objetivo é lançar uma campanha multimídia global – eventos, ativações, mobile, tv, social e online, pr e OOH – que impacte a vida de quatro bilhões de pessoas ao desafiar a cultura atual e ajudar a apagar o estigma e insegurança das pessoas com câncer no ambiente de trabalho.
A campanha atual, que ajuda a divulgar o movimento em si, já conquistou exposição gratuita que seria equivalente a investimentos de US$ 100 milhões em mídia – o que incluiu, nos EUA, exposição na Time Square, em Nova York, e anúncio no Super Bowl. Esta semana, a iniciativa ganhou um Grand Prix e 2 Ouros, no Cannes Lions.
Os grupos de publicidade já envolvidos no esforço têm 20 milhões de funcionários no mundo. Representantes de cada um deles também estiveram no Palais, incluindo Luiz Sanches, CCO da BBDO North America e sócio e coCCO da AlmapBBO, que ressaltou ter o assunto como algo pessoal, já que perdeu o sogro com a doença e porque uma das pessoas que aparece em um dos vídeos da campanha trabalhava de perto com ele, que nem sabia do diagnóstico. Também destacou a competição como uma oportunidade para jovens criativos: “Com um orçamento de US$ 5 milhões, o que vocês querem mais? Tragam suas ideias!”. E disse estar orgulho de participar do movimento.
Compartilhe
Veja também
Brasil sobe para a segunda posição no Lions Creativity Report
País ocupa segundo lugar depois de seis anos consecutivos na terceira colocação do relatório anual do Lions
Veja ranking atualizado das brasileiras mais premiadas na história de Cannes
Gut sobre da 19ª para a 14ª colocação; e, nos três primeiros lugares, a Almap acumula 276 troféus; a Ogilvy mantém 158 Leões; e a DM9, brasileira mais premiada em 2024, salta de 137 para 153 troféus