Novo Nordisk e Queen Latifah rompem o estigma da obesidade
Farmacêutica fez sua estreia no Cannes Lions este ano com a protagonista da campanha “Bigger than me”, que busca educar e combater estereótipos
Novo Nordisk e Queen Latifah rompem o estigma da obesidade
BuscarFarmacêutica fez sua estreia no Cannes Lions este ano com a protagonista da campanha “Bigger than me”, que busca educar e combater estereótipos
Roseani Rocha
18 de junho de 2024 - 18h32
A obesidade, frequentemente marcada por trauma e estigma, é uma condição crítica de saúde, e não uma falha moral de quem sofre. Embora só 10% das pessoas afetadas procurem ajuda médica, a conscientização sobre o problema cresce. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu a obesidade como uma doença desde 1948, mas os preconceitos persistem, afetando os pacientes.
Esse foi o pano de fundo para a discussão protagonizada no Cannes Lions 2024 pela rapper e atriz Queen Latifah com Tejal Vishalpura, vice-presidente comercial e de marketing da farmacêutica Novo Nordisk, sob moderação de Claire Atkinson, editora da The Media Mix.
O que chamou atenção, no entanto, foi que em nenhum momento o nome “Ozempic” foi citado. O medicamento, para diabete, tem sido usado globalmente por pessoas que buscam perder peso e foi um dos responsáveis por tornar a Novo Nordisk uma das empresas com maior faturamento global. Já a relação da marca com a atriz, que lidou por muitas vezes com os estereótipos associados às pessoas com obesidade, se firmou numa parceria publicitária.
Estreia no Cannes Lions
Tejal Vishalpura, vice-presidente comercial e de marketing da Novo Nordisk, disse ter uma missão pessoal de “levar saúde a todos os lugares”, inspirada pela sua criação na Índia, onde viveu numa casa sem eletricidade sob os cuidados da avó. Este ano, a empresa participa pela primeira vez do Festival de Cannes, destacando sua expertise em medicamentos para diabetes e, mais recentemente, ampliando o discurso para abordar a obesidade.
Queen Latifah, cujo peso sempre foi um tema em discussões sobre sua imagem pública, hoje promove a aceitação corporal e a saúde. A artista destaca a pressão da indústria musical e o irreal padrão de beleza que valoriza apenas características como pessoas loiras de olhos azuis. “Meu primeiro trabalho foi encontrar pessoas que me aceitassem como eu era”, diz.
Sua presença em Cannes, inclusive, tem o objetivo de fomentar um novo tipo de diálogo sobre o corpo e a saúde. O que segundo a CMO da farmacêutica motivou a escolha de Queen para a campanha “Bigger Than Me”, foi o fato de ela inspirar respeito e valor verdadeiros – tanto que a ação gerou US$ 6,8 bilhões em mídia espontânea em apenas dez dias. Muitas pessoas, ao procurar um médico, destacaram as palestrantes, ouvem apenas que precisam comer menos e se exercitar mais, ignorando a complexidade da obesidade como doença. Assim, Tejal ressalta o papel da farmacêutica em construir pontes, promovendo a aceitação do corpo e a defesa da saúde.
Já a estrela da campanha descreve a estratégia como um esforço para criar uma comunidade na qual as vozes de quem enfrenta a doença sejam ouvidas e respeitadas. Reconhecer que a obesidade é uma questão de saúde e buscar inputs do mundo são passos essenciais. A abordagem dos médicos é frequentemente desanimadora, sem consciência do impacto de suas palavras. “Se a pessoa tem medo de procurar um médico, por vergonha ou outro fator, isso é que é, no fundo, uma vergonha”, afirma.
Com isso, a campanha busca criar um espaço seguro para se discutir o tema. O próximo passo será abordar o ponto central do problema: os problemas cardiovasculares associados à obesidade. Queen enfatiza a necessidade de diálogo aberto e honesto com os médicos, que também são seres humanos. E os esforços começam a dar resultados: faculdades de medicina de todo o mundo começam a repensar como incluir a obesidade em seus currículos.
E a abordagem inovadora e empática em Cannes tem, segundo a executiva e a artista, o potencial de transformar a conversa global sobre obesidade, promovendo saúde e aceitação para todos.
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