19 de junho de 2023 - 20h02
Como todo Vinicius nascido nos anos 80, meu nome é graças ao capitão do mato, poeta e diplomata, o branco mais preto do Brasil: Vinicius de Moraes. E hoje é nele e no seu Samba da Benção que me inspiro para fazer uma singela reflexão e homenagem.
Como ele diz na música, a vida é arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida. Na minha sexta vinda para Cannes, a primeira coisa que me chama atenção e me faz pensar é o reencontro com tantos amigos depois dos anos de isolamento da pandemia. A ficha me cai: minha geração chegou lá.
Tantas pessoas queridas com quem cruzei e ao lado de quem batalhei nas trincheiras da criação, hoje são líderes nas suas agências. Fico feliz em ver gente competente e do bem ocupando posições tão merecidas e disputadas. Mas agora que chegamos, precisamos mostrar a que viemos. Não negar o passado, pois aprendemos muito com ele, mas fazer melhor. Deixar a propaganda melhor do que a encontramos.
Não falo de ganhar leões. Falo do mercado mesmo. Diversidade e inclusão, que ganhou finalmente tração com a nossa geração, mas ainda tem um longo caminho. Qualidade de vida, que, se conseguirmos
conquistar, combinada com bons salários e uma atividade criativa, torna essa profissão extremamente atrativa. Lucratividade e eficiência na gestão, uma em queda e a outra em necessidade urgente de ser aprimorada. União das agências para colocar um fim em práticas danosas, como as concorrências gratuitas e a PJtização. A lista é longa.
Por isso, quero homenagear e pedir a benção às minhas irmãs e aos meus irmãos de labuta criativa que encontrei em terras francesas. Desejar força, foco e fé na missão.
A benção, Ian Black, uma das poucas vozes pretas desse mercado e que ainda leva a bandeira trans hasteada como aliado.
A benção, Rafael Ziggy, catarina como a terra que eu amo e que luta que luta a boa luta da diversidade na Soko.
A benção, Keka Morelle, liderança feminina e gentil tão necessária.
A benção, Anna Martha Silveira, que cruzou a ponte do jornalismo e uniu conteúdo e criação.
A benção, Hugo Veiga e Diego Machado, tão jovens e já tão consagrados pela criatividade premiada e o
genteboísmo.
A benção, Felipe Ribeiro, irmãozinho redator, que une o tradicional ao inovador, a eloquência e a sutileza.
A benção, Felipe Cury, criativo brasileiro e internacional, com pés no Brasil e olhos no mundo.
A benção, Luciana Cardoso, repleta e de senso de humor e senso de amor.
A benção, Teco Cipriano, que tanto vimos juntos e torcemos de longe um pelo
outro.
A benção, Deh Bastos. A benção, Sleyman Khodor.
A benção, Dani Ribeiro. A benção, João Caetano.
A benção, Vinicius Stanzione.
A benção a vocês que conheço há menos tempo, mas já habitam meu coração.
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