Scott Galloway: como empresas valiosas assumem riscos?
Para professor da NYU Stern School of Business, um dos participantes do Cannes Lions 2023, a era das marcas acabou
Scott Galloway: como empresas valiosas assumem riscos?
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Taís Farias
21 de junho de 2023 - 6h10
Com teatro cheio e audiência ansiosa, Scott Galloway, apresentador, autor e professor da NYU Stern School of Business, foi recebido no palco do Cannes Lions. Diferente de quando faz suas tradicionais análises, dessa vez, ele não estava sozinho.
Galloway protagonizou o painel From Missteps to a Billion-Dollars: The Journey of Creative Risk-Taking ao lado de dois executivos da multinacional de alimentos General Mills: Doug Martin, chief brand e disruptive growth officer, e Melissa Wildermuth, global creative director da companhia.
Como o nome do painel propõe, o disparador da discussão foi como empresas com o tamanho de uma multinacional podem se abrir para o risco e a inovação. Foi nesse ponto que, mais que estratégia ou tecnologia, os executivos destacaram a importância das pessoas e da cultura organizacional.
“Como isso começou a parecer tão arriscado?”, provocou Doug Martin, frisando a importância de construir relações pessoais e humanas com os colaboradores para que, assim, eles se sintam confortáveis para propor mudanças.
“Eu tento manter perto de mim pessoas que discordam das minhas opiniões”, compartilhou Galloway, frisando que nada de interessante pode acontecer sem algum nível de desconforto. O chief brand officer da General Mills concorda.
“Quando as coisas estão dando certo, é muito difícil se abrir para outras perspectivas e esse é o momento em que você mais precisa disso”, apontou Doug. Para ele, essa máxima vale, inclusive, para parcerias de longa data, com agências e consultorias.
O “guru das previsões” questionou os executivos sobre a questão da obesidade no mundo e como uma empresa de alimentos pode equilibrar a necessidade de atender a demandas econômicas e os critérios éticos. No Brasil, a General Mills é dona de marcas como Kitano, Yoki e Häagen-Dazs.
“É importante para nós continuar inovando em áreas que dão opções para os consumidores. Ninguém quer mudar radicalmente sua alimentação. Então, como podemos usar o que sabemos para fazer que essas alternativas sejam gostosas”, respondeu o executivo da multinacional.
Em contrapartida, Galloway compartilhou sua análise dos principais desafios da indústria criativa. “Eu acho que a era das marcas acabou”, citando o fato de que as companhias estariam investindo menos em publicidade. Nesse sentido, ele questiona a forma como os talentos estão sendo formados e defende que é preciso um novo jeito de pensar criatividade.
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