A reinvenção do QR Code no marketing
Apesar de uso crescente como pagamento e hiperlink, crescimento da aplicação depende de predisposição das grandes plataformas
Apesar de uso crescente como pagamento e hiperlink, crescimento da aplicação depende de predisposição das grandes plataformas
Salvador Strano
5 de junho de 2019 - 14h27
O QR Code, cada vez mais presente na vida dos consumidores, não é algo novo. Empresas de logística, por exemplo, já utilizam desde 1994, com o objetivo de melhorar a celeridade das entregas. Afinal, ele pode carregar uma quantidade de informação muito maior do que o famosos código de barras. Além disso, é de fácil acesso – qualquer empresa ou pessoa pode criar um e imprimi-lo.
Entretanto, não basta a tecnologia existir se as pessoas não a conhecem. Sua popularidade cresceu graças aos sistemas iOS e Android, que embutiram o leitor do código nas câmeras de smartphones. A disseminação do uso do WhatsApp Web, que depende da leitura do QR para acesso, também contribuiu.
Mas o mercado ainda está conhecendo suas diversas possibilidades de aplicação. “Antes, as soluções sempre eram atreladas a levar para um site. Agora, começamos ver um QR Code ao lado de um produto — você vai a um museu e vê mais informações sobre uma obra, por exemplo. Mas a maior mudança é usar como forma de pagamento”, afirma Edson Sueyoshi, VP de tech e production da RGA.Nesse sentido, quanto mais o consumidor usar as primeiras aplicações do QR, mais ele estará preparado para as próximas fases, quando entrariam soluções como a do We Chat, ferramenta social chinesa que é uma espécie de super aplicativo, que une redes sociais, varejo e sistema bancário dentro de um mesmo ambiente. “Pensando na experiência do usuário: em comparação a tirar da carteira um cartão de plástico e ainda lembrar a senha, é muito mais fácil ele usar o celular que já está à mão para realizar o pagamento. O QR é muito mais intuitivo”, diz Edson.
Diversas empresas brasileiras têm trabalhado com o desenvolvimento de QR Code, como Magazine Luiza e Mercado Livre. O iFood, por exemplo, tem usado a ferramenta para ampliar sua parceria com os restaurantes. Com o projeto, a empresa zera a taxa cobrada por bandeiras de máquinas de cartão e não cobra mensalidade. Assim, quem vai ao restaurante, pode pagar a conta com a câmera do celular usando o aplicativo de entregas.
Além disso, está atrelado ao recente aumento no uso da ferramenta a capacidade de processamento dos celulares. Atualmente, smartphones médios podem interagir sem dificuldades com aplicativos sociais de realidade aumentada, como é o caso dos filtros do Instagram.
No mercado ocidental, entretanto, ao contrário da China, ainda é necessário entender como a aplicação pode ser utilizada no dia a dia. “Quando você olha a Gafa (Google, Amazon, Facebook e Apple), o que eles querem com o QR Code? A partir do momento que eles atacarem isso de forma forte, será global. Na China, é o WeChat. Esses grandes que vão ditar como a tecnologia pode expandir”, afirma Conrado Braga, strategy manager da Sapient AG2.
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