ABC desmente venda da Pereira & O?Dell
Holding brasileira está diminuindo sua participação na agência norte-americana de 51% para 30%, mas nega interesse em deixar totalmente o negócio
Holding brasileira está diminuindo sua participação na agência norte-americana de 51% para 30%, mas nega interesse em deixar totalmente o negócio
Alexandre Zaghi Lemos
10 de abril de 2015 - 11h34
O Grupo ABC desmente informações publicada na quinta-feira 9 pelo jornal The New York Times, que diz que estaria em negociação a saída da holding brasileira da sociedade da agência norte-americana Pereira & O’Dell, que ajudou a fundar há exatamente sete anos.
Segundo o ABC, o que está em curso é um processo de diminuição na participação acionária da holding na empresa, como revelou Meio & Mensagem em setembro de 2013, e não uma retirada total do negócio. “Assinamos um acordo pelo qual o Grupo ABC se compromete a ceder, em três anos, 21% das ações para a própria Pereira & O’Dell incluir como sócios alguns de seus executivos. Assim, a participação do ABC vai passar de 51% para 30%”, garante Guga Valente, presidente da holding brasileira. Ele ressalta, entretanto, que a negociação não envolve o escritório brasileiro da agência, no qual o ABC irá manter 51% de participação. Presente no Brasil desde 2012, a Pereira & O’Dell atende no país Fiat, B2W e Natura, entre outros clientes. Através de sua assessoria, a Pereira & O’Dell confirma as informações prestadas pelo CEO do ABC.
Apesar do peso da receita da Pereira & O’Dell não ultrapassar 5% do total do Grupo ABC, Valente salienta que a presença da agência na holding tem grande relevância. “Ela faz o grupo se manter atualizado com o Silicon Valley. Não temos nenhum interesse em sair da sociedade da Pereira & O’Dell, e os nossos sócios nos Estados Unidos (o brasileiro PJ Pereira e o norte-americano Andrew O’Dell) também não demonstraram interesse em que a gente saia. Aprendemos que não dá para ser sócio de quem não quer ser sócio da gente”. Valente reforça que o principal objetivo do movimento acordado entre a holding e a agência é reter os talentos que já estão na empresa. “É cultural no Silicon Valley o modelo de stock options. Lá todo mundo trabalha querendo ser sócio”.
A Pereira & O’Dell dos Estados Unidos será a segunda agência do Grupo ABC não controlada majoritariamente pela holding – a outra é a DM9DDB, que tem a maioria das ações nas mãos do Omnicom. Nesse momento, a holding faz negociações paralelas para transformar os atuais sócios de suas agências no Brasil em acionistas da holding. A Africa foi a primeira empresa do grupo a se adequar ao novo modelo que prevê agências totalmente controladas pelo ABC e os executivos de cada uma delas como acionistas da holding, com comprometimento maior pelo resultado conjunto de todas as empresas. “Com menos intensidade, e sem nenhuma urgência, estamos negociando com os sócios de várias agências”. Por outro lado, Valente reconhece que a situação atual da economia brasileira inviabiliza o sonho da abertura de capital. “O mercado está completamente fechado, e nós estamos com a cabeça voltada para o dia-a-dia interno das empresas”, conclui.
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