O que as agências independentes estão buscando no exterior?
Agências independentes brasileiras ingressam no mercado internacional em busca de expansão de operações e conquista de novos clientes
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Giovana Oréfice
29 de novembro de 2024 - 6h00
Mais do que exportar criatividade, a indústria de comunicação brasileira também vem buscando mostrar ao mundo os seus modelos de trabalho e potencializar suas operações locais. E as agências independentes têm sido protagonistas desse movimento.
Em setembro, reportagem de Meio & Mensagem confirmou a entrada da Galeria no mercado norte-americano. A holding nomeou Paula Marsilli para liderar uma operação em Miami no posto de sócia e general manager.
A escolha do local se deu pelo momento fértil da cidade e do estado da Flórida para negócios, bem como pela grande oferta de talentos na geografia e proximidade com o estratégico mercado mexicano. O plano é inaugurar um espaço físico no bairro de Brickell. Nos Estados Unidos, Paula cuidará dos atuais e potenciais clientes da agência e, neste primeiro momento, também será responsável pela contratação de um time local.
“O Brasil se consolidou como um hub de crescimento para a América Latina para muitas marcas, e agora temos a oportunidade de ampliar nossa relevância e atuação dentro desses clientes e entregar uma operação que cubra toda a região”, esclarece Eduardo Simon, CEO e sócio-fundador da Galeria.Holding.
Ele aponta que, inicialmente, não ingressarão no mercado norte-americano com o modelo de compra de mídia (no país, mídia e criação operam separadamente), mas a operação para um dos clientes deverá envolver a disciplina por uma questão específica. No próximo mês, a companhia deverá anunciar operações internacionais de marcas que já compõem sua carteira.
Confira o que demais agências independentes buscam com operações fora do Brasil:
Em outubro, a Dojo, dos sócios Rodrigo Toledo e Thiago Baron, anunciou uma operação em Londres, na Inglaterra. “Nosso trabalho passou a ter tração em outros mercados e começamos a entender que o que fazemos aqui tinha um apreço em outras geografias”, comenta Rodrigo Toledo, sócio e COO da Dojo.
A agência busca ampliar a conexão com times locais dos clientes com os quais já trabalham, como Amazon Prime Video, Lindt, Asics, Visa, Sony Pictures e outros. A Dojo já exporta o conceito criativo do Brasil junto a clientes como Havaianas, e o intuito é expandir essa prática.
Em Londres, a Tátil Design fica baseada em um coworking no bairro de Shoreditch, reconhecido por ser um epicentro de criatividade e inovação, e abrigando um grande número de startups, estúdios de design, entre outros.
“Além de Londres ser um dos principais centros criativos do mundo, nossa presença física na cidade permite um contato mais próximo com potenciais clientes e parceiros, e também o fortalecimento da relação e aproximação com clientes atuais baseados na Europa, como RBI, Coca-Cola, Danone e Carrefour, por exemplo”, afirma Renata Costa, global growth & new business manager da Tátil Design.
Para 2024, a projeção é de que 40% do faturamento da Tátil venha de entregas internacionais, e a expectativa para 2025 é que chegue a representar 50%.
A empresa desembarcou na capital inglesa no segundo semestre deste ano, e conta também com equipes remotas em países como Estados Unidos, França e Portugal. Além disso, a base em Londres facilita a participação nos principais festivais, eventos e premiações de criatividade que acontecem na Inglaterra e em países ao redor, como Pentawards, Bienal de Design de Londres e Paris, o próprio Festival de Cannes e Web Summit, em Lisboa.
No ano passado, a Euphoria Creative ingressou no mercado do México a partir do atendimento da conta da Twitch, plataforma de streaming da Amazon. Um ano depois, conta com duas lideranças mexicanas à frente da operação e um time de 14 profissionais. para Amazon Music, Twitch e Crunchyroll, contam com equipes divididos entre o Brasil e o México.
“Nos últimos cinco anos, o México vem tendo uma revolução não apenas do mercado, mas cultural. Os jovens mexicanos estão resgatando e reinventando uma cultura do passado. Há um orgulho muito grande de ser mexicano hoje em dia”, explica Caio Del Manto, cofundador da Euphoria, reiterando o cenário favorável para a criação e publicidade.
Para os próximos passos no mercado internacional, a agência pretende consolidar a relação com os clientes e ampliar atuação para os Estados Unidos. Apesar disso, não descartam uma possível entrada na Europa no futuro.
O público gamer da Ásia foi de interesse para a Druid Creative Gaming, que começou sua internacionalização pela Índia, com uma operação independente do Brasil na cidade de Mumbai. O lançamento ocorreu em parceria com profissionais indianos.
“A Índia possui um mercado extremamente interessante e em crescimento – hoje com mais de 550 milhões de gamers locais. A partir disso, conseguimos fazer um intercâmbio de insights de consumo de lá para cá e daqui para lá e, atualmente, isso é o principal ponto entre as conexões entre os dois países”, conta Claudio Lima, CEO da Druid. De acordo com ele, a base internacional serve para mostrar o alcance do negócio.
Depois de expandir a capacidade de atendimento e operações na América Latina por meio do México, a Druid tem direcionado os olhares ao Sudeste Asiático, por contar com uma população gamer grande e parecida com o público no Brasil. Há o desejo de ir para Indonésia, Tailândia e Vietnã usando a Índia como base.
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