Agências: por que o termo está associado a elementos negativos?
Agências de publicidade estão recorrendo a nomenclaturas como “soluções criativas” e “consultorias de criação” para se destacar no mercado
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Meio & Mensagem
3 de maio de 2024 - 6h05
Por Ewan Larkin, no Ad Age
As agências estão tentando se distanciar do modelo tradicional de negócio ao abandonar o título de “agência” e assumir nova terminologia. Seja consultoria, aceleradora de marketing ou empresas de soluções criativas, essa não é a primeira vez que acontece essa reavaliação da nomenclatura. Em 2011, o Ad Age publicou uma história de como “agência” tinha se tornado um palavrão em algumas empresa.
Contudo, para executivos do setor, essa mudança recente está atrelada às bagagens que o termo acumulou desde então. O CEO da Translation, Steve Stoute, disse que a proliferação de negócios que tenham a fixação pelo faturamento e exigem um time grande para resolver os problemas fez com os clientes considerassem as agências como despesas ao invés de investimentos estratégicos.
“À medida que o setor foi povoado por agências medíocres, elas mancharam a categoria”, disse Stoute, acrescentando que atualmente são necessárias apenas duas pessoas e um cliente para abrir uma agência. “A coisa toda se tornou homogeneizada em relação ao que era antes”.
Para os entrevistados do Ad Age, os profissionais de marketing desejam mudar para diferentes modelos de preços baseados em resultados. As agências tradicionais, em comparação, se baseiam em despesas gerais e horas faturáveis. Ao mesmo tempo, as agências desejam querem ser responsáveis por outras partes do negócio. Por isso, muitas assumiram o papel – e o título – de consultorias.
“Muitas agências estão desesperadas para se chamarem de qualquer coisa, menos de agência, para tentar parecer diferentes”, disse a cofundadora da NBZ Partners, Rachel Segall. Alguns negócios estão mudando de marca porque afirmam oferecer mais serviços do que uma agência tradicional.
O fundador e diretor de criação da Madwell, Chris Sojka, comenta: “O que eu gostaria de ser é uma empresa que não faça coisas que as pessoas não voltem para desfrutar. Nós, enquanto indústria, temos os orçamentos e a propensão para fazer coisas que estejam no mesmo nível de streaming”.
Porém, nem todo mundo está abandonando o rótulo de agência. Alguns negócios apostaram na raiz da palavra “agente” para justificar seu uso. “Somos agentes de marcas e de nossos clientes”, disse Jerry Bodrie, co-CEO da Baldwin&. “Acho que há momentos em que as agências podem ultrapassar os limites e começar a pensar primeiro no seu próprio negócio e depois no negócio do cliente. Torna-se um pouco egoísta”, acrescenta.
Além disso, outros executivos avaliam que, ao alterarem a própria identidade, as agências podem se prejudicar. Já que tornaria mais difícil para os potenciais clientes encontrá-las, sobretudo, do ponto de vista da otimização dos motores de busca, como o SEO. Por fim, para determinar se um negócio é uma consultoria independente ou uma agência disfarçada ainda é complexa, em alguns casos, os profissionais de marketing precisam simplesmente seguir seus instintos. “Se cheira a agência e fala como agência, é uma agência”, disse Marla Kaplowitz, presidente e CEO da 4A’s.
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