Agências readaptam espaços físicos aos novos modelos de trabalho
Sedes com mais salas de reunião, áreas de convivência e mudança para coworkings são algumas das alternativas adotadas pelas operações que adotaram jornadas híbridas
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Bárbara Sacchitiello
21 de julho de 2022 - 6h00
Atualizada às 10h31
Nesta semana, a Publicis comunicou ao mercado publicitário a reabertura de seu escritório, em São Paulo, que estava fechado desde o início da pandemia. O espaço, no entanto, é bem diferente do que os colaboradores conheciam antes de a agência fechar suas portas em 2020. No novo ambiente, não há mais bancadas de trabalho individuais, e sim várias salas de reuniões e espaços compartilhados. Além disso, a presença dos funcionários não é mais obrigatória.
Essa movimentação da Publicis é um exemplo de como algumas agências de publicidade sentiram a necessidade de não apenas instituir novas jornadas de trabalho como também de readequar os espaços físicos aos atuais modelos corporativos, que contemplam jornadas híbridas, com boa parte dos colaboradores permanecendo em suas casas e espaços físicos mais voltados a encontros e reuniões que exijam decisões em conjunto.
Diretora de Recursos Humanos da Publicis Brasil, Cintia Pessoa observa que os funcionários querem trabalhar com a flexibilidade que conquistaram nesse período e que a agência tem clara a ideia que, se o retorno presencial for obrigatório, estaria totalmente fora do contexto da realidade atual. Por isso, além de os funcionários poderem decidir ou não se querem trabalhar no escritório, o espaço físico foi modificado para atender a essa realidade diferente do ambiente corporativo.
“Não existe mais uma estação de trabalho fixa para uma pessoa. Temos muitas mesas e muitas salas para receberem grupos de todos os tamanhos. Temos cabines para quem precisa de espaço reservado para reuniões, aulas e eventos virtuais”, explica Cintia. A diretora de RH também diz que os colaboradores que optarem pelo trabalho presencial precisam fazer reserva deste espaço com antecedência na Marcel, a plataforma interna do Publicis Groupe.
Assim como a Publicis, A Tech and Soul também viu que seu espaço físico anterior não comportava mais o atual modelo de trabalho flexível, até pelo fato de a agência ter contratado mais pessoas no período da pandemia. Depois de ter feito uma pesquisa que apontou que 80% dos colaboradores preferiam um modelo híbrido, a Tech and Soul foi em busca de um espaço físico que comportasse um esquema diferente de trabalho, como relata o sócio e CEO da agência, Claudio Kalim.
“Pensamos em um lugar com espaços mais amplos, que encorajasse as pessoas a terem mais contatos. As mesas não são fixas, com mais espaços de interação. E para manter nossas características e cultura, temos um bar dentro da agência que replica fielmente as características do Astor, pois nosso escritório anterior era na sobreloja deles, na Vila Madalena (em São Paulo)”, conta o CEO.
Kalim reforça que a agência considera a importância de ter um espaço que incentive a troca e os encontros entre as pessoas pelo fato de ser uma operação relativamente nova e, por isso, precisar construir uma cultura. O CEO da Tech And Soul reforça que o modelo híbrido permitiu a criação de um quadro de funcionários regionalmente mais diverso – observação também feita pela Publicis. Esses funcionários, obviamente, trabalham de forma totalmente remota. Para os colaboradores da cidade de São Paulo, no entanto, a agência considera a importância de ampliar a presença física. “Em agosto, passaremos a ter quatro dias presenciais e um remoto, sendo que até então eram três por dois. Entendemos que é importante ter esse contato maior. Essa indústria é feita de pessoas para pessoas e vemos que, com interação maior, a entrega de soluções para os clientes e trabalhos tendem a ser maiores”, pontua Kalim.
Enquanto algumas agências reformaram sua sede ou até mesmo mudaram de endereço para comportar um novo estilo de jornada corporativa, outras operações optaram por um caminho diferente: o de deixar de ter uma sede própria para utilizar espaços compartilhados de trabalho.
Uma dessas operações é a Holding Clube, rede de empresas especializadas em trabalhos de live marketing e ativações. Na visão do grupo, a pandemia trouxa o aprendizado de que é possível trabalhar de qualquer lugar. Por isso, desde janeiro deste ano, a empresa deixou de ter um escritório próprio e passou a utilizar, um dos espaços do WeWork, localizado na Vila Madalena, em São Paulo.
“Temos colaboradores que moram fora de São Paulo e eles seguem performando muito bem de onde estão. Por outro lado, quando necessário, todos estão presentes em reuniões estratégias ou em encontros com clientes. Temos um time mais flexível, feliz e livre para entregar suas tarefas e viver como gostariam”, destaca Juliana Ferraz, sócia, diretora de negócios e relações públicas da Holding Clube.
Outro exemplo de agência que também escolheu um espaço compartilhado foi a Bullet, que depois de dois anos de trabalho 100% remoto passou a ocupar, desde junho, os ambientes do State, um hub de inovação localizado em São Paulo. O espaço também é utilizado pela Soko e por outras empresas. O local comporta até 3 mil pessoas e conta com lanchonetes, restaurantes, auditório, salas de reunião, arquibancadas para palestras, além de ser um espaço pet-friendly.
A presença dos colaboradores da Bullet no local não é obrigatória. Os funcionários podem decidir quando querem trabalhar de suas casas ou do escritório. E também não há mesas fixas para as pessoas. Fernando Figueiredo, CEo da agência, diz que novos tempos demandam novas formas de pensar o espaço de trabalho.
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