Álcool no pão: Conar determina suspensão de campanha da Proteste
Peças publicitárias destacavam os testes que apontavam teor alcoólico elevado em produtos industrializados; Conar avaliou que mensagem traziam informações inverídicas
Álcool no pão: Conar determina suspensão de campanha da Proteste
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Bárbara Sacchitiello
8 de agosto de 2024 - 15h43
A campanha “Tem Álcool no seu Pão de Forma”, lançada pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor Proteste, em julho, não poderá mais ser veiculada.
O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) deferiu uma liminar que determina a sustação da veiculação de campanha que sugere que os pães de forma têm o mesmo teor alcoólico de algumas bebidas. A liminar do Conar vale para as publicações feitas pela Proteste em seus perfis no Facebook e Instagram.
A campanha feita pela Proteste deriva de um estudo, encomendado pela própria entidade, que revelava doses elevadas de teor alcoólico em pães de forma industrializados de diferentes marcas.
A partir disso, a entidade começou a veicular a campanha “Tem Álcool no seu Pão de Forma”, pela qual procurava alertar os consumidores sobre os dados descobertos nos testes.
Uma das imagens utilizadas pela Proteste mostrava uma pessoa borrifando álcool líquido sobre pães de forma. “Se os profissionais de Saúde Pública estipulam limites para a presença de álcool em medicamentos fitoterápicos e se exigem avisos em bebidas com 0,5% de álcool ou mais, por que ninguém avisa sobre os pães?”, questiona a entidade, em uma página criada para a campanha.
A campanha foi parar no Conselho de Ética do Conar após denúncias feitas pela Associação Brasileira das Indústrias de Biscoito, Massas Alimentícias e Pães e Bolos Industrializados (Abimapi) e por duas fabricantes do setor: Pandurata e Wickbold.
De acordo com a liminar do Conar, a que a reportagem de Meio & Mensagem teve acesso, é destacada a “ausência de apresentação de metodologia” dos estudos por parte da Proteste e também a “carência de fundamento em parâmetro regulatório da Anvisa, que seria a autoridade competente pela regulamentação e fiscalização de produtos e serviços de interesse na saúde”.
Pela avaliação do Conar, a Proteste fez uma combinação imprópria ao nivelar o consumo de pães de forma ao de bebidas alcoólicas. “Apesar da reconhecer a ausência de regulamentação do órgão responsável, a ANVISA, acerca dos parâmetros para a presença de álcool nos alimentos que pudessem suportar a classificação como não conforme, a Anunciante [Proteste] se valeria de informação sem base legal e com intuito de chocar o consumidor e levá-lo a crer, sem fundamento, que o consumo de pães seria prejudicial, além de ser detectável no bafômetro”, diz o documento do Conar.
A entidade de Autorregulamentação Publicitária diz, também, que “os anúncios seriam enganosos, apresentando uma série de informações inverídicas aos consumidores, em ataque à reputação de empresas ilibadas, que possuem atuação de acordo com a legislação aplicável, constituindo campanha que contraria os princípios da ética publicitária”.
O Conar declara que houve uma tentativa de conciliação entre as partes denunciantes e a denunciada (no caso a Proteste), porém sem resultados. A entidade afirma, no documento, que sua avaliação não diz respeito ao teor ou a veracidade da pesquisa realizada pela Proteste e sim sobre o teor das peças publicitárias e das mensagens direcionadas pela campanha aos consumidores.
No Instagram, a Proteste não exibe mais a campanha com as chamadas exibidas anteriormente. Nessa quarta-feira, 7, a associação de proteção ao consumidor fez um novo post convidado o público a conhecer o teste a respeito do teor alcoólico nos pães:
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Bets que não cumprirem a determinação da Secretaria Nacional do Consumidor estarão sujeitas a multas no valor de R$ 50 mil por dia